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Mavis e Jonathan (Hotel Transylvania). |
Você diz que acha meu cabelo curto atraente e que gosta da minha paixão por tênis, mas odeia minhas meias. Diz que detesta gatos, mas afirma que aprenderia a gostar deles por mim. Você diz que gosta do meu ''jeitinho magrela''. E que meu senso de humor te conquista. Diz que me acha bonita e que me admirava calado. Eu sorrio feito besta e você me arrebata dizendo que gosta do meu sorriso. Que louca eu seria para não me encantar por você?
Ultimamente, você tem repetido muito esse verbo pra mim: GOSTAR. Assim mesmo, com todas as letras bem pronunciadas e em destaque. E eu? Eu não sei o que fazer ou dizer, mas você continua dizendo. Diz que quer ficar comigo, que me quer aí contigo. Quanto QUERER, não é? QUERER... GOSTAR... E eu? O que eu faço? Como deve reagir? Ainda estou processando tudo isso. Mas você não para de me confundir.
Você fala sobre o meu tédio e afirma, com uma confiança assustadora, que poderia me tirar dele. Mas você não quer ficar sozinho. Confesso: Nem eu. Você ainda diz que a gente poderia ser divertir tanto... Você quer me levar para uma praia deserta, para um filminho juntinho com pipoca e brigadeiro de panela, para o meio das cores, para tanto canto... Mas, principalmente, para o mundo que me espera lá fora. Você quer me levar e eu quero ir. Com você. Eu quero tanto, mas tenho medo desse querer todo me ferir, me rasgar, me afundar num emaranhado de sentimentos que ainda não sei como descrever.
Mas você sabe bem: Eu tenho medo. Não é medo só de estar sendo instigada a sair do meu casulo ou de ''me permitir''. É medo de tudo que pode acontecer. É medo de me jogar de cabeça nessa empreitada e cair de cara no chão. É medo disso tudo não ser pra valer. É medo de sofrer. É, eu continuo repetindo: Tenho medo. E muito.
Você ainda diz que somos tão diferentes. Eu, gaiola e você, passarinho. Lembra que os opostos se atraem. Afirma que nunca acreditou nisso, mas que no ''nosso caso'' é verdade. E eu, como autodestrutiva que sou, encho a boca pra dizer que, uma hora ou outra, você vai cansar de mim. E você, sempre dotado das palavras sedutoras, diz que não cansa do que gosta, do está interessado. Mas eu insisto para saber até onde você está disposto a ir e pergunto se quer desistir. Mas você não desiste. É teimoso. Parece até comigo.
E apesar de você, otimista e eu, depressiva, no momento, só tenho uma coisa pra te dizer:
Why not?