Aprendeu a fazer novela?

Essa semana estreou no Sbt, a novela ‘’Amor e Revolução’’. Confesso que desde que havia me deparado com a propaganda sobre tal recente investida da teledramaturgia da emissora de Silvio Santos, o interesse em acompanhar o folhetim foi logo despertado.

Em um país onde o povo se satisfaz com histórias totalmente fora do contexto da nossa realidade, que apenas enaltecem conteúdos e sentimentos inadequados, impróprios e falsos, uma novela em pleno século XXI trazendo como o tema central a ditadura militar brasileira, é algo que nos engrandece a alma na esperança de que a humanidade possa ainda ter salvação. Pelo menos no quesito de informar as gerações atuais sobre o passado sombrio e que na mente de seus participantes será algo impossível de ser esquecido.
Conservar o que aconteceu na história de toda uma sociedade no passado pode ser sim uma forma de melhorar o seu futuro. Por que ninguém entende isso?

‘’Amor e Revolução’’ passou as melhores impressões, a meu ver.  A começar por seu enredo que traz a tona o maior período de censura exagerada e medo incontrolável vivido em nosso país, por sua magnífica trilha sonora altamente nacional (a música que mais gostei, foi ‘’Cálice’’ na voz de @pittyleone) e pelos depoimentos ao final de cada capítulo, de pessoas que participaram da ditadura, o que pode parecer comum em novelas, mas estes relatos nos emocionam muito.  

Claro que como qualquer outra produção, os erros e equívocos sempre se tornam evidentes. Faltam mais verdade e interpretação na realização dos diálogos. Os atores parecem que ainda não incorporaram inteiramente seus devidos personagens. Mas a trama está apenas no seu início, ainda teremos muitos capítulos e espero que isso seja realmente trabalhado no decorrer da novela.

Notei também, a falta de elaboração nas cenas de lutas. Por exemplo, Maria, personagem principal, consegue derrubar dois policiais quando estes invadiram uma faculdade, apenas golpeando-os com um cacetete que retirou da mão de um deles. Lógico que isso no mundo real, jamais seria possível. Acho que a atriz precisa  urgentemente de umas aulinhas de defesa pessoal ou coisa do tipo. Falando nisso, não gostei da Graziela Schmitt e Claudio Lins como protagonistas, pois não existe aquela ‘’química’’ que é tão fundamental para um casal e eles são um tanto quanto forçados na atuação. O Claudio é um pouco melhor que Graziela. Ela faz caras e bocas demais. Isso não fica nenhum um pouco legal na tela.

Enfim, são vários os pontos que os envolvidos, precisam rever bem, para transformar neste folhetim na maior e mais bela produção jamais vista no atual cenário da teledramaturgia do Brasil. A ambição do Sbt para com esta novela é imensa. Espero não me decepcionar futuramente com tal.

Pequisando em outros sites sobre ‘’Amor e Revolução’’ consegui reunir diversas informações importantes para entender a mesma: Tiago Santiago (autor da novela) acredita que ‘’Amor e Revolução’’ atrairá os olhares do mercado estrangeiro por tratar de um assunto que, embora remeta a um período histórico nacional, o mundo inteiro tem acompanhado. "O tema é muito propício para o momento, pois o território árabe está tomado por um processo de revolução", disse o autor, referindo-se aos combates na Líbia.

Desde 1995, quando ainda era do time de autores de apoio da Globo, ele já pensava em escrever sobre os tempos da ditadura. "Cheguei a propor este tema na Globo e esta seria minha próxima novela na Record, mas tive o prazer de mudar para o SBT e fazê-la aqui. É um tema que nunca deixou de estar presente e mobiliza toda a sociedade’’.

Para contar toda a história, Tiago terá 180 capítulos para desenvolver sua narrativa. "Mas se fizer sucesso, pode ser que tenha mais", adiantou o autor, na expectativa de que o público se encante com a trama. "É uma novela para todo o Brasil e para quem quiser saber um pouco mais sobre a história do nosso País", comentou.

A mensagem que fica é: Comunista ou Militar, NENHUM TIPO DE DITADURA É SAUDÁVEL PARA UMA NAÇÃO!

Saiba mais sobre a novela no site oficial do Sbt: http://www.sbt.com.br/amorerevolucao/