via weheartit. |
Meu corpo esconde uma solidão ainda mais profunda que o
buraco negro que cresce na minha alma. As feridas são corpulentas e, por vezes,
insolentes. As cortes são evidentes só para quem é capaz de olhar mais do que,
simplesmente, olhar por olhar. Só para quem é capaz de observar por certo ângulo (quase)
secreto.
Aos meus gritos de dor? Só restaram-lhes os próprios ecos.
Contraio-me. Descompassadamente revivo quando milímetro do sofrimento já antes, tão bem, degustado. As cicatrizes estão cravadas em minha pele resignada a ser invisível. Por
que ninguém consegue trincar as retinas em mim?
Irremediavelmente só. Partilhando, com o próprio ego, o gosto
repugnante do vazio. Só por sentir-se só. As muralhas são levantadas ao meu
redor e paira o silencia das multidões que lamentam, dia após dia, o permanecer
multidão e nada mais que isso.
Reclino-me às palavras costuradas e pontilhadas com agulha
sem dó. Só me sobraram elas e que elas fiquem, nem que padeçam e que apodreçam,
mas que fiquem. A folha, até então em branco, é preenchida com meu horror pobre
e solitário. Não me deságuo mais. Não por hoje. Não agora, pois estou
realocando minha força petulante.
Não chore a minha dor. Não queira acabar com meu clamor
desesperado. Eu sigo. Não ouse entender o que não pode, porque não fui feita
para o poder. Apenas: Leia-me.
Nossa! Estou sem palavras minha cara snowflake :3
ResponderExcluirA primeira frase do seu texto já me deu arrepio na espinha e a frase final desalinhou meus pensamentos. Mais uma identificação imediata. Adorei! <3
Olá, resolvi dar uma passadinha por aqui e confesso que adorei o cantinho. Especialmente este texto, tão profundo, até inexplicável e complicado de encontrar palavras que possam definir exatamente como quero. Enfim, escreves tão bem, que me identifiquei. Continue com o seu enorme talento e mais uma vez, parabéns pelo escrito.
ResponderExcluirAs vezes a dor que carregamos se torna tão corriqueira que as pessoas não a percebem mais. Mesmo nós mesmos em algum vago segundo nos esquecemos delas para apenas depois olhar e lembrar "nossa eu carrego tudo isso". A questão é que as cicatrizes nos marcam e a dor nos pesa mas sem isso não saberíamos como seguir em frente para alcançar as alegrias (:
ResponderExcluirSaudades dos seus textos Lene, e desculpa a demora em ter lido haha >< beijos!
É muitas vezes me sinto assim, quase o tempo todo. Seu texto, não tenho palavras para ele, o chamar de incrível não é o suficiente! Você escreve muito bem, e transmite um sentimento muito peculiar e quase indescritível a mim. Parabéns!
ResponderExcluirBeijos, INconvencional!
Beijos, INconvencional!