Amor acaba?

Muito se fala e se escreve, sobre aquele famoso e endeusado amor, que dura pra sempre, que fica eternizado, que nada nem ninguém jamais conseguirão interromper. Um amor magnífico, digno dos contos de fadas e romances clássicos. Aquele amor de filme, de novela do horário nobre. O amor tão descrito pelos poetas desde as primordiais gerações... Mas tudo isso tem um, porém (talvez nem só um). Trazendo esta perspectiva para uma realidade mais sólida e palpável: O Amor realmente NUNCA acaba? O ‘pra sempre’ se faz valer em todos os sentidos? Os românticos de plantão, sem dúvida irão afirmar com todas as letras, que não, mas e os céticos? E as pessoas voltadas completamente, para o mundo real e sofrido? Irão surtar em busca de tal resposta? Não precisa de tanto, basta refletir um pouco.

O amor, sem dúvida alguma, é o sentimento que mais mexe com cabeça (e todos os outros membros) dos indivíduos que tentam entendê-lo, decifrá-lo. O amor deveria ser levado como algo natural. A razão pela qual a humanidade se propõe a existir. O que realmente ocorre, é bem diferente. Todo este processo é transformado em algo complicado e de difícil acesso. O mais desejado, cobiçado, de todos os prazeres. E mesmo assim, o menos alcançado.

As pessoas, como seus instintos insaciáveis de carência, passam por suas vidas, com o objetivo maior de encontrar o amor. Será que elas conseguem? Talvez, pelo engano, sim. E então, quando imaginam estar em posse desse tal amor, tornam-se extremamente possessivas, para não dizer algo pior.  É estranho, mas até compreensível as atitudes tomadas por estas pobres almas.  Pois melhor será preencher com esta sensação apaixonada, o vazio que atormenta, do que com outro meio errado, ilícito.

O problema está no fato de chegar ao pote com muita sede. E assim, acabar se afogando na água que tentou procurou. Tal comparação pode ser feita com relação aos enamorados. A intensidade do ato de amar é tão profunda, que eles amam (de maneira peculiar) como se o amanhã não fosse existir. Amam como se nada mais fosse importante em suas vidas. E isso, ao invés de fortificá-los, torna o amor banal, comum, facilmente destrutível. Trágica constatação, não é?

O mais coerente seria fazer do amor, uma pluma. Tão leve. Capaz de encantar a todos somente por sua delicadeza, traquilidade, calmaria. Não faça do amor uma rocha. Pensando que assim ele será para sempre. Quando rocha, ele estaciona na mesmice, na cansativa rotina. E quem, em sã consciência, continua atraído por algo imóvel?  Que nem ao menos, se permite novidades, mudanças, renovação?

A questão em debate aqui, se o amor acaba ou não, pode seguir por várias correntes. O válido é entender, que não teremos uma única resposta. Dependerá de cada caso. De cada maneira de enfrentar a situação. Como o que já foi dito anteriormente, falar e escrever sobre este sentimento é fácil. É belo para quem ouve os relatos, para quem lê os versos. Difícil e quase impossível, é bem antes que o fim aproxime-se, aprender a amar e a conviver harmoniosamente com isso. Porque, depois, não adianta chorar pelo amor acabado.