Do sorvete de flocos e carência sem fim.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Coisa de gênio!

Nos últimos dias estou um porre (mais do que meu o normal).Uma  carência infinita para ter se apossada do meu ser. Está bem, está bem, sei que sou carente por natureza, porque a lei da selva prega que os solitários são uma raça que deve ser condenada ao pior tipo de sofrimento: aquele que corre em silêncio pela gente.

Sem dúvidas, não há coisa pior que sofrer por dentro e nem ao menos ter a oportunidade de gritar, de pedir socorro. Porque a dor silenciada mata mais cruelmente, afinal de contas, a pessoa vai morrendo aos pouquinhos sem ninguém ao seu redor perceber. Trata-se de uma ferramenta autodestrutiva? Quem sabe, não é? Mas acredito que isso não é questão de escolha, e sim, de destino. É sina. É um carma que não tem fim. Pois bem, sou mesmo aquela que prefere crer em uma viagem mais psicodélica, do que aceitar que o sofrimento virou rotina.

Ah, como ando sofrendo! Não é o tal sofrimento como todos pensam. É um bichinho que te belisca, te devora e depois ainda te manda embora. Que dor malvada e impiedosa, e acaba rindo feito uma louca bem na minha cara. Que existência mais sacana!

E é isso. Estou me retorcendo, me contorcendo inteira, porque  sei que um corpo não é mais o suficiente para afagar meu calor. Um corpo não me aquece em noites de lua que brilha sombria. E que terror.

De uma lucidez que não sei onde foi parar ou com que foi passear. O que sei é que para um corpo nu de amor e tão debilitado pelo horror da solidão, sorvete de flocos é que tem sido uma solução, desesperadamente, efêmera.  O frio continua intenso, mas o doce ainda me faz sorrir sem querer. 










6 comentários:

  1. Quando uma tristeza e sofrimento desse tipo me ataca eu escrevo, escrevo tudo e qualquer coisa, só pra ver se consigo livrar um pouquinho dela , passar pro papel as vezes alivia.
    Muito bom o texto
    Beijos
    barradosno-baile.blogspot.com

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  2. O título do seu texto cairia muito bem se fosse "Do Chocolate e carência sem fim". Afinal, no final, nós vítimas e clientes assíduas do sofrimento estamos sujeitas a doces como forma de prêmio de consolação.
    Amo seus textos, Herlene, mas confesso que sua criatividade nos título deixa tudo mais bonito.
    Beijos!
    http://oicarolina.wordpress.com

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  3. Amanda, escrever também é uma forma de libertação/salvação pra mim! Obrigada pelo seu comentário :D

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  4. Carol, coloquei o título usando ''sorvete de flocos'', porque é a minha sobremesa favorita, sabe? E nada melhor para acalmar a carência do que se jogar num potão de sorvete de flocos <3

    MUITO obrigada pelo seu carinho! Beijos!

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  5. "Sem dúvidas, não há coisa pior que sofrer por dentro e nem ao menos ter a oportunidade de gritar, de pedir socorro. Porque a dor silenciada mata mais cruelmente, afinal de contas, a pessoa vai morrendo aos pouquinhos sem ninguém ao seu redor perceber."

    Li esse trecho, pelo menos, quatro vezes. Oh situação que é quando eu me identifico com teus textos. E o sorvete de flocos, é muito amor! <3 rs

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  6. "porque a lei da selva prega que os solitários são uma raça que deve ser condenada ao pior tipo de sofrimento: aquele que corre em silêncio pela gente." Verdade eterna! Amei o texto, achei o máximo.

    O sorvete de flocos sendo nosso alento desde sempre <3 http://conversasemilkshakes.blogspot.com.br/2013/05/outro-texto-cliche.html

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