Cada dia que passo é só um motivo a mais para querer morrer. E por favor, não me venha com sermões ou coisas do tipo. Falar que sou dramática e depressiva, não me comove mais. Tenho consciência da minha situação e nem ao menos sei mais o que sou.Talvez eu não passe desta casca que você vê ou talvez seja o que você sequer imagina. Não posso te dar uma fórmula exata sobre mim, porque nem eu mesma li meu manual de instruções. Não sei nada ao meu respeito e se não me pertencesse, também não iria querer descobrir. Nem ao menos sei quando me perdi do que deveria ser. E o que deveria ser? Mais um rótulo? Uma perfeição estereotipada? Nem de longe.
Meus monstros estão à flor da pele. Minha cabeça é uma bomba relógio. E escrevo, escrevo sobre mim e sobre meus mais profundos medos, para não enlouquecer de vez. Na maioria das vezes, o que me resta é sentar num canto do quarto e me desmanchar em lágrimas. Acabo fazendo isso e caindo de cara mais ainda em meu oceano de sofrimento. É inevitável jogar-se contra a dor.
Falar sobre medos é ao mesmo tempo, falar sobre alma, falar sobre o que faz parte da nossa essência e escolhemos por ignorar. Negar os medos não faz com que eles desapareçam. O efeito é contrário. Os medos sejam eles considerados bobos ou extremantes complexos, quando deixados de lado tendem a se fortalecerem e virarem uma bola de neve. E essa bola vai aumentando, criando velocidade, descendo ladeira e no final, nos esmagam por completo feito formiguinhas.
A alternativa para tentar reverter este drástico final, é enfrentar os medos, por mais assustadores que possam aparecer. É colocar a cara para bater, mesmo que as consequências sejam as mais terríveis possíveis. Afinal, ninguém sai de uma luta contra si própria, inteira. Sempre vai ficar faltando algum pedaço, de vez em quando vai ficar algum espaço que não pode ser preenchido... Mas isso não é coisa que podemos prever ou controlar. Acontece pelo fato de ser inevitável quando se decide não se esconder da vida. O problema é que quando se tratar de viver pra valer e não apenas existir, nosso instinto clama por um esconderijo. Proteger-se do mundo é a palavra de ordem. Mas quando nos esquivamos do que tememos, estamos consequentemente nos esquivando do que é natural e que grande afronta a toda a luta da ação de existir.
Se acuar no canto da parede e chorar até os olhos incharem, não resolve nada. Infelizmente não. Bem que eu queria. Afinal, confesso: tenho medo, vivo do mundo e mesmo o quão prejudicial é continuo me alimentando dele. E então, os dias vão passando cada vez mais rápidos, e a dor, se tornando tão frequente e imperceptível, que quase nem chego mais a senti-la... Ou não percebo, porque já virou rotina. Mas e as feridas? AH! Tenha certeza que elas ainda ardem como se fosse a primeira vez e cicatrizam por todo o meu corpo. A cura é utopia.
''...Medo, escorre entre os meus dedos
Entre os meus dedos
Eu lambo os dedos
E saboreio meu próprio medo...''
Entre os meus dedos
Eu lambo os dedos
E saboreio meu próprio medo...''
(Pitty)
Acho que em todos os momentos da nossa vida sentimos medo de alguma coisa e pode ser diversos medo. O que não dá e o que não pode, é deixar esse medo tomar conta da nossa vida, porque assim ele vai nos consumindo mais e mais, nos dominando... Até que não reste mais de nós. O jeito é enfrentar como você disse, mesmo não sendo fácil.
ResponderExcluirhttp://primeirapessoa-dosingular.blogspot.com.br/
Não sei se o teu texto é real ou foi escrito em cima de algum tipo de inspiração. Se for real, por favor, por favor. Eu esperei muito tempo, eu adiei pedir ajuda, eu sofri muito calada e todo esse medo, esse nojo e vontade de sumir me trouxeram algo físico. Por favor, não deixe acontecer contigo também. http://worse-or-better.blogspot.com/
ResponderExcluirBelo texto. Com certeza seria bom se pudéssemos resolver os problemas só chorando, mas não, isso só piora, só torna mais doloroso.
ResponderExcluirEntendo o que você quer dizer sobre não querer discursos, afinal, alguém sabe o que você está sofrendo? No meu caso todo mundo acredita que sim, mas nem passa perto, e eu não posso contar. Essa angústia cresce no peito, sufoca, parece que vai estourar.
O ideal é se abrir com alguém, escrever muito, fazer um esporte, e tentar tirar essa energia negativa de você. Ou talvez buscar ajuda, não sei. Tomara que não precise de nada e que isso sejam só palavras geniais de uma boa autora ;)
beeijos
recantodalara.blogspot.com
Ironicamente, o medo da morte, ou do desconhecido nos faz sobreviver...
ResponderExcluirSei bem como vc se sente. É um texo complexo onde dramas não justifica. Estava assim, as vezes me sinto assim. meu mundo e uma vontade louca de cair fora dele. :D
ResponderExcluirMas continuemos escrevendo, escrevendo, escrevendo...
http://oicarolina.wordpress.com/
Acredito que o medo é essencial para nossas vidas, como dito em um comentário anterior, sobrevivemos com ele. E aprendemos certas coisas com nossos medos, principalmente a sermos corajosos, quando decidimos os enfrentar. Concordo com sua opinião de que fugir/fingir ou ficar num canto chorando por causa dos medos que temos não resolve nada, a cura é utopia também, por que sempre irá haver medos que temos, mas enfrentá-los é uma solução viável ;}
ResponderExcluirBeijos
http://mon-autre.blogspot.com.br/
E por acaso alguém nos dias atuais sabe o que fazer dessa vida?
ResponderExcluirPrincipalmente escritores, esses que se utilizam da alma e do coração para serem o que são, são os que mais sofrem, porque eles conseguem materializar o que ninguém quer por perto: SENTIMENTOS.
Todas as pessoas têm medo, quer admitam quer não.
Não desista.
Uma boa semana.