A serpente que devora a cauda pra (re)começar.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Ouroboros  é uma criatura mitológica em forma de serpente (...), que engole a própria cauda, formando um círculo e, por isso, simboliza o ciclo da vida, a eternidade, a mudança, o tempo, a evolução, a fecundação, o nascimento, a morte, a ressurreição, a criação, a destruição, a renovação.

A vida é um sopro, já dizia o poeta.

Sou de considerar mais a existência do que a própria vida em si. Existo para viver. Não vivo para existir. Aliás, a existência é toda um emaranhado complexo e, por vezes, incoerente. Sim, incoerente. Assim como a minha escrita que se debruça, solta e saltitante, nessas teclas e nessa tela vazia. Mas é de incoerências e imprudências, que construo pontes que me mantêm viva. Manter-se. Viva.

A cabeça pode até titubear. Tombo pra lá, tombo pra cá. Ergo minhas asas diante da imensidão do pensamento, da resistência. Porque viver é um um sopro, um voo. Sei que não preciso me fazer entender, porque só o que quero e necessito é escrever e escrever.

Falta-me muito para as nuvens. Sobra-me as palavras que fazem sombra às minhas ideias desgrenhadas. Ainda há luz. Há sol. Há cor. Há tudo o que é preciso para continuar. Falta-me eu mesma. Um rencontro com o que derramei por aí. Preencher as lacunas. Esvaziar o que for preciso ser esvaziado. Não há tempo, nem força, para excessos desnecessários.

A ordem é do destino. Ele manda, eu sou dona. Dona de mim. Do que sou hoje. Do que fui ontem. Do que almejo ser amanhã. Ninguém poderá ser capaz de me rasgar e me afundar ainda mais. Meus rasgos e minhas profundezas são egocêntricos, eles não aceitam outras unhas que não sejam as minhas.

O vento corre. A mente não cessa as voltas intermináveis. É hora de dar meia volta, nem que seja para recomeçar. Nem que seja do zero.

E tudo isso, só porque ando imersa pela vibe introspectiva do novo álbum da Pitty...


Petulante e só.

terça-feira, 20 de maio de 2014


via weheartit.
Meu corpo esconde uma solidão ainda mais profunda que o buraco negro que cresce na minha alma. As feridas são corpulentas e, por vezes, insolentes. As cortes são evidentes só para quem é capaz de olhar mais do que, simplesmente, olhar por olhar. Só para quem é capaz de observar por certo ângulo (quase) secreto.

Aos meus gritos de dor? Só restaram-lhes os próprios ecos. Contraio-me. Descompassadamente revivo quando milímetro do sofrimento já antes, tão bem, degustado. As cicatrizes estão cravadas em minha pele resignada a ser invisível. Por que ninguém consegue trincar as retinas em mim?

Irremediavelmente só. Partilhando, com o próprio ego, o gosto repugnante do vazio. Só por sentir-se só. As muralhas são levantadas ao meu redor e paira o silencia das multidões que lamentam, dia após dia, o permanecer multidão e nada mais que isso.

Reclino-me às palavras costuradas e pontilhadas com agulha sem dó. Só me sobraram elas e que elas fiquem, nem que padeçam e que apodreçam, mas que fiquem. A folha, até então em branco, é preenchida com meu horror pobre e solitário. Não me deságuo mais. Não por hoje. Não agora, pois estou realocando minha força petulante.

Não chore a minha dor. Não queira acabar com meu clamor desesperado. Eu sigo. Não ouse entender o que não pode, porque não fui feita para o poder. Apenas: Leia-me.



Vai mudar, porque é preciso mudar!

segunda-feira, 19 de maio de 2014

''Cada novo dia é uma nova chance para mudar sua vida.''
O blog DEScomplicando passará por algumas mudanças no que diz respeito ao seu conceito e conteúdo. Certa vez, li algo que a Paula Buzzo escreveu no perfil dela no facebook (não tenho mais o link do que foi exatamente, desculpem) e isso me fez refletir muito. Porque não adianta eu continuar me enganando e consequentemente enganando vocês.

 (essa é a hora que todo mundo começa AH, COMO ASSIM, ENGANAR HEIN?).

Deixe-me DEScomplicar: Esse blog não é para vocês. Na realidade, nunca foi. Eu quis ser outra pessoa, um tipo comum e corriqueiro de blogueira que diz que o blog dela é dos seus leitores para, assim, atrair mais leitores e fidelizar os antigos. Mas o DEScomplicando não é. Quem está por aqui, está porque gosta do que escrevo e eu agradeço, infinitamente, por isso.

(MAS, POR FAVOR, NÃO ME ABANDONEM, VOU CONTINUAR EXPLICANDO/DESCOMPLICANDO...).

Esse blog seria de vocês, se fosse sobre vocês. Mas não é. Isso aqui foi sempre sobre mim. Desde o começo. Desde sempre. Até depois do fim.

Está bem. Algumas vezes, tentei escrever e postar aqui como se fosse só mais uma adolescente querendo ter um blog na internet. Mas não deu certo, porque não me refletia de verdade. Não era eu, mas apenas mais um projeto tosco e mal produzido de alguém insistindo em ser o que não é.

O tempo me transformou. Eu me transformei no tempo. E está intragável permanecer em um espaço sem fazer a menor ideia do que estou, realmente, fazendo aqui ou (tentando) fazer. Assim, senti a desconcertante necessidade de mudar algumas coisas de lugar. Quem sabe repor umas prateleiras, transferir uma mesinha de cá para acolá, redecorar com outras cores, outros gostos, outros sabores, tirar a poeira encrostada, deixa a luz entrar, invadir e refletir.

As mudanças não acontecerão todas de uma vez, até porque a gente nunca para de mudar. Tudo será aos pouquinhos, como tiver e será, mas adianto uma baita novidade: Estou com um blog novo (de antemão: não vou abandonar o DEScomplicando por completo), experimentado o Wordpress e sendo (um pouco) subversiva e feminista por lá. Quer conferir? Clica aqui e vem subverter comigo também!

Beijos e até a próxima!
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