Do 2012 apocalíptico e cheio de vida.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

''Escrever uma história melhor este ano''.
Parece mentira, mas o ano 2012 está com as horas contadas (como se ninguém soubesse disso) UFA! Não sei o que foi, mas tinha a sensação de que não ia acabar mais. O mundo poderia acabar e 2012 continuaria ali, firme, forte e bem teimoso.

Que ano tenso e cheio de altos e baixos, de reviravoltas, de choros, de sorrisos... Mas qual ano não é assim? Quanto mais intenso for, significa que mais a gente viveu e fez valer a existência. Ou não. Sei lá... Talvez eu só esteja procurando uma desculpa pra falar de tudo e talvez isso não faça lógica nenhuma, mas qual o problema, não é?

Na frente da faculdade.

Acho que o que posso destacar no MEU 2012 foi a minha faculdade. Sim, em janeiro comecei a cursar Comunicação Social com habilitação em Jornalismo e NOSSA! (pausa dramática). Outro universo e completamente diferente de tudo que eu já havia conhecido, presenciado e vivido se abriu bem na minha frente, como uma cratera pronta para me engolir de uma vez só. Foi como se minha vida tivesse dado um giro de 90 graus. É, só no 90 mesmo, porque ainda preciso girar muito mais.

Tudo que aconteceu teve aquele gostinho agridoce de primeira vez. Era tudo novidade. Era como eu estivesse renascendo das cinzas. Eu, fênix que sou, fui crescendo, ficando mais forte e ampliando minha visão de mundo da forma que podia. E de fato, havia muito que ver e deveria ser vista também.

O 1º semestre do curso foi como um animal feroz que fareja sua presa e fica analisando-a antes de devorá-la. Mas não fui devorada. Amansei a fera, afinal sou uma também. Acho que disso ninguém duvida. Dou ênfase para duas cadeiras, das 6 que fiz: Língua Portuguesa I, com o mestre Perdigão e Sociologia Geral, com o queridíssimo do Lenildo. Foram as disciplinas que mais me marcaram, porque quem me conhece, sabe que sou dessas que ama o mundo das palavras e que apesar de meio descrente, tem necessidade de entender os humanos e a sociedade como um todo.

Último dia do 1º semestre: o mestre Perdigão e eu.
Último dia do 1º semestre: eu e o professor Lenildo.

Então veio o 2º semestre e com ele o presente que atende pelo nome de Dalu, a professora de Língua Portuguesa II, aquela que me fez criar mais gosto ainda por tudo que envolve a linguagem e seus mais variados caminhos. Aquela que me deixava encantada nas aulas, ao relatar de maneira impecável, histórias clássicas da literatura nacional. Gente inteligente agrada a gente e isso é tão mágico... Não posso esquecer-me de História da Arte, que no começo eu não conseguia ver a razão daquilo, mas que aos poucos fui me apaixonando, me enlaçando... Perceber a arte para além de uma tela na parede, foi como abrir bem os olhos e ver o infinito conhecimento que eu poderia alcançar. Também só tenho a agradecer a professora Jacqueline.

Semana da Comunicação: Eu e a linda da Dalu.
O que mais tenho a dizer? Não dá pra relatar em detalhes tudo que vi, porque ai essa leitura ficaria cansativa ao extremo e não é isso que eu quero. Meu ano de 2012 foi cansativo, por vezes aparentava cenário apocalíptico, mas no final deu tudo certo, porque eu sobrevivi a cada queda e estou aqui para contar, que mesmo com uns pedaços faltando aqui e ali, continuo seguindo em frente.  

Continuo sonhando com dias melhores, com mais sabores exóticos e novidades que a existência é capaz de me proporcionar. Ela está por um fio, mas a dona Esperança ainda sorri em meu peito amargurado e me dá motivos para desejar, para planejar, para ter fome de realizar as coisas com as quais sempre sonhei.

E quero que se lembrem disso, leitores do DEScomplicando: vocês tornam-se personagens da minha história, a partir do segundo em que param e me leem. Ter a atenção de vocês é como ter um grande abraço me envolvendo, que não posso sentir fisicamente, mas que minha alma se acalenta com ele. Obrigada por tudo! E que venha 2013 e um turbilhão de coisas maravilhosas para mim e para todos. E que venha muito assunto para escrever, muitas ideias para por em prática, 3 anos de blog e tudo mais que tiver de ser.
Paz, amor, saúde e foco!


Momentos e pessoas do meu 2012:

A pior foto de todas, mas só porque foi no meu primeiro Ceará Music e show do Agridoce.
Seminário sobre Crônica e Mulher: Nayara, Ingrid, Maikon, DALU, Eu, Lorena e Willian.
Preparando trabalho sobre o artista cearense Aldemir Martins.
Seminário Racismo na Mídia: Lorena, Ingrid, Willian, Eu e Nayara.
Aulas de Fotografia: aprendendo um pouco a lidar com câmeras duc*ralho.
Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura: Patativa do Assaré.
Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará: grafite de putaria 66'
Espaço Cultural UNIFOR: posição de lótus. (risos)
Semana da Comunicação: Exposição de fotos (as duas que estou apontando são minhas).
Semana da Comunicação: Oficina de gravura.


Espero que tenham gostado do post. Até logo, porque ''2013 é logo ali''. Não esqueçam de comentar e deixar a opinião de vocês. Beijos!









Eu e minha primeira Bienal do Livro do Ceará.

domingo, 30 de dezembro de 2012

Ultimamente tenho ido a muitos eventos culturais e isso tem me feito um bem danado. Do dia 08 a 18 do mês passado (novembro) ocorreu no novo Centro de Eventos de Fortaleza, mais uma edição do Bienal do Livro do Ceará e como nunca tinha ido a nenhuma, fui conferir o que tinha por lá.

Antes de entrar no Centro de Eventos. Minha mãe, ao canto. 

E se você enlouquece ao se deparar com livros, fique sabendo que ao ir a uma Bienal, precisará chamar o hospício depois. Isso quase aconteceu comigo (risos). Surtei com tanta variedade naquele espaço inundado de gente. Apesar de que muitas das pessoas só estavam ali para ‘marcar presença’. Ou seja...

Como não deu pra ir nos 10 dias de evento, o que eu gostaria, só fui a dois. Na quinta (dia 15 de novembro), porque ia ter um bate-papo com a escritora infanto-juvenil, Thalita Rebouças. Sabe aquela linda e fofa que passa na tv, principalmente, na Rede Globo? Pois é, ela mesma.

O bate-papo estava marcado para o começo da tarde, então eu e minha mãe chegamos cedo. Confesso que nunca tinha lido um livro da Thalita, mas ela sempre agradou como pessoa fofa que é (e comprovei isso mais ainda naquele dia) e como escritora persistente, sempre buscando novos caminhos no campo profissional, o que me inspira profundamente.

E depois de muitas fãs aos berros ao ver Thalita ao lado do palco, o bate-papo começou e foi mediado por uma jornalista do rádio cearense. Apesar das perguntas clichês, a ‘fofautora’ sempre arruma um jeito de responder da melhor forma possível. Afinal, ela é comunicativa como ninguém. Depois abriram espaço para as perguntas da plateia, e entre o povo quase se batendo para ter uma chance de falar e a Thalita olhar diretamente pra eles, vieram mais clichês. Eu não perguntei nada, porque não era fã dela como as meninas que estavam ali, então achei que seria mais correto dar vez a elas. Mas entre tão perguntas comuns, duas mereceram destaque. Um garoto perguntou o que Thalita Rebouças faria se tivesse um filho gay e ela claro, respondeu como deve ser (diferente de outras pessoas da mídia já falaram muita m*rda sobre isso). Em resumo, disse que seria a melhor amiga dele. Tem como ser mais fofa essa escritora? A outra, talvez, foi a que mais marcou a todos no auditório. Apesar de que não foi muita uma pergunta e isso um desabafo. Uma mãe disse ser diferente da maioria das mães, porque gostava de pular de paraquedas, fazer coisas radicais e que sua filha implicava com isso (detalhe é que ela ficava olhando pra trás querendo mostrar a implicante, sua filha). Esse momento foi super-engraçado.

A galera esperando pela Thalita.
Depois de algumas horas de conversa, e mesmo antes do fim, a fila pra pegar autógrafos e tirar fotos com a Thalita Rebouças, já era imensa. Passamos por, mais ou menos, duas horas de espera, mas que valeram a pena. Pois a medida que fila andava, meu coração se enchia de ansiedade. Poxa, ficar pertinho de alguém famoso? Não é todo dia, né? (risos).

A ''pequena'' fila.

Então chegou nossa vez. Eu me tremia toda. Disse meu nome e ela o elogiou para minha mãe. Sério que a Thalita fez isso? Porque eu não conseguia acreditar naquele momento. Depois de tanta gente querendo a atenção dela e ainda tinha fofura pra esbanjar desse jeito? Linda, muito linda mesmo. Ela autografou os três livros que eu segurava e eu disse que um deles, eu queria sortear para vocês, leitoras do DEScomplicando. Thalita Rebouças adorou a ideia. Aproveitei pra papear um pouquinho. Disse que cursou Jornalismo, como ela já cursou, e que queria ser escritora. Foi ótimo receber apoio. Então tiramos fotos, e eu nada besta, pedi para que ela beijasse meu rosto. Eu poderia perder essa chance?

Eu, Thalita e minha mãe. Essa foto está no site da autora, disponível aqui.
Thalita mais do que linda.
FOFAAAAAAA!
Thalita, toda linda, prestando atenção no que eu dizia.
O dia 17 prometia ser mais cansativo ainda. Fizemos uma ''parada'' antes de partir para o novo Centro de Eventos de Fortaleza. Eu, minha mãe, Willian e Nayara fomos primeiro ao Espaço Cultural da UNIFOR e lá encontramos com Lorena e Jordão. Iríamos conferir as exposições O Egito Sob o Olhar de Napoleão e Estudos Guerra e Paz, de Cândido Portinari. Muita cultura para uma tarde só, vocês não acham?  

Ao chegar aos arredores do Centro de Eventos nos deparamos com a fila enorme. Teria show do Zeca Baleiro naquela noite, mas eu não sabia que ele TANTOS fãs na capital cearense assim. Mas sei lá, tudo que é de graça atrai muita gente mesmo. Eu até iria, pois curto as músicas do cara, mas no mesmo horário do show dele, eu tinha um compromisso mais importante para conferir no Bienal. Era uma aula-espetáculo sobre Luiz Gonzaga, comandada pelo arte-educador Carlinhos Perdigão, que foi meu professor de Língua Portuguesa I e é um baterista duc*ralho, mais uns músicos super bacanas (Onni Matos e Marcelo Justa) e sem esquecer do humor por parte do meu colega de turma, Gil Soares.

Enquanto isso, andamos e muito pelos corredores repletos de livros da Bienal. E coisa mais fácil do mundo era se perder ali, tanta gente e um espaço imenso. Meus olhos brilhavam. Fiz a festa. Comprei um monte de livros, que já poderia montar a minha própria biblioteca. Estava imensamente feliz.

Minhas aquisições.


A noite chegou e nos dirigimos até a sala onde ocorreria o espetáculo. Eu não sabia o que esperar. Confesso de que tinha receio de que fosse algo chato, mas me enganei completamente. O ambiente estava vazio no começo e isso me deixou com medo. Não sabia o que estava por vir, mas de uma coisa eu tinha certeza: se tinha Carlinhos Perdigão, só podia ser de qualidade. A aula começou e a mistura entre forró das antigas e rock e blues, deu um som super gostoso de ouvir, não é a toa que isso acabou atraindo curiosos que passavam por ali e ouviram, lotando assim a sala por uns bons minutos. Foi interessantíssimo conhecer a história do mestre Luiz Gonzaga de uma forma tão dinâmica.


Somzaço!
Parte final do espetáculo: a galera dançando ao som de frevo,
no melhor estilo Gonzagão.
Carlinhos Perdigão e sua fiel companheira, a bateria.
O ator e humorista, Gil Soares.
Lorena, Eu, Miro, Mariana, Diego, Gil, Perdigão e Willian.

E assim chegou a fim minha ida a Bienal do Livro pela primeira vez. Espero ir à muitas outras edições, pois trata-se de uma ótimo evento de incentivo ao conhecimento, à literatura. Quem sabe um dia, eu esteja lá como escritora e autografando livros para meus leitores também? A gente só não pode parar de sonhar.












#SuasPalavrasDEScomplicadas: Síndrome de Dezembro, por Ana Carolina.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Participando da tag #SuasPalavrasDEScomplicadas, temos a blogueira, Ana Carolina. Ela tem 16 anos, é estudante do Ensino Médio e mora no Rio Grande do Sul. Vamos conferir o texto que ela preparou sobre essa época de final de ano?  

Eu poderia começar escrevendo novamente aqui todas aquelas coisas que a gente deseja que dezembro trouxesse. Todos os sorrisos que novembro me levou e blá, blá, blá, que vocês já estão cansados de ouvir, em todo o inicio de mês. Afinal posso dizer que dezembro é o mês considerado diferente, seja porque para os estudantes é mês de férias, de datas comemorativas, natal, que para muitos significam confraternização em família, encerramento do ano, amigo oculto, etc. 

Mas para mim, eu começo dizendo, na verdade lembrando, o quanto o mês é triste, é um mês de dor, que se mistura com a saudade. A ausência, o sentimento de perda, de amor, um vazio eterno que é a saudade da minha mãe. Mais do que isso são as fortes de lembranças de como tudo aconteceu, do quão é doloroso a perda.

É o mês em que ela faria aniversário, dia 5 de dezembro (dez dias antes da sua morte, em 15 de dezembro de 2006). Eu com 10 anos, apenas uma criança que não conseguia entender a razão pela qual deus tinha tirado ela de mim, tão cedo assim como meu pai. Mas bem, esta é outra triste história. E de lá pra cá já tive muitos altos e baixos (...).

E assim, acho que me traumatizei um pouco deste tipo de data comemorativa. Acho que quando a gente perde alguém assim tão perto do natal, é bem complicado, pois o que seria uma festa de alegria se torna algo mesmo, digamos, forçado. Que sabemos que por trás está a falta daquela pessoa que não estará mais ali conosco.

Engraçado, mas eu só tenho a descrever que em meus últimos anos, o mês de dezembro é bastante complexo, além do que eu já falei de ser triste. Enfim, apesar de estas datas nunca passarem em BRANCO, é uma sensação diferente. Posso dizer que o natal de 2006 está relacionado à tristeza, e em 2007 e 2008, simplesmente não consegui lembrar, acho que é a dona memória que não quis me ajudar. Bem, 2009 achei que deveria ser tranquilo, porém sofri um pequeno acidente onde eu caí e levei três pontos, em plena véspera de natal, no qual passei com o lado da família paterna (bem com a minha outra irmã e afins). Já 2010 foi um ano péssimo, cheio de problemas, mas o ano de 2011 foi razoável. E agora em 2012, bem, após o falecimento do meu avô em 30 de outubro, acho que não será dos bons, e sim, como o de 2006, talvez. Mesmo assim, acredito que esta má fase do trauma eterno de dezembro será um amenizada, pois 98% das férias estão ai. E talvez ai a síndrome de dezembro passe. Ou não (...)

Sobre Finais e Recomeços.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012



Sabe esse lance que a galera anda comentando (principalmente nas ‘benditas’ redes sociais) sobre o fim do mundo amanhã? Pois é, mas eu não acredito. Porque pra mim, o fim do mundo DE VERDADE, acontece todo dia. Na beira da esquina, em casa, dentro da mente insana de cada um... O caos nos ronda e você nem percebe. Ou finge não ver.

Assim, os humanos deveriam parar de se preocuparem tanto e de se fazerem de vítimas. Afinal, somos nós os responsáveis pelo mundo ‘acabar’ um pouco a cada novo amanhecer e anoitecer. Somos nós, supostamente racionais, que impulsionamos atitudes e ações drásticas, que ferem, cada vez mais fundo, a cicatriz latente do planeta e das vidas que nele coexistem.

A culpa é nossa. Porque somos nós que não respeitamos uns aos outros. Que matamos o que não deveria ser morto. Nós que rimos na cara do sofrimento. Que temos medo demais e amor de menos. Nós que temos amigos e não os reconhecemos. Que nos aproximamos do inimigo com abraços sinceros. Que ficamos de cara com a felicidade e batemos a porta na cara dela.

Será que a existência é realmente fundamental quando não se sabe aproveitá-la? Crer no fim é só mais um caminho para dar valor ao recomeço. Então, que o amanhã posso nascer com cheiro de vida nova, e não com o odor de que não há mais jeito pra nada. Pense nisso! 









O que há por trás das ‘‘Confraternizações’’.

Lobo em pele de cordeiro: não seja mais um do bando.


Final de ano e o que você pensa? Natal, 13º salário, férias, muita comida, Roberto Carlos na Rede Globo e é claro, amigo-secreto e as famosas CON-FRA-TER-NI-ZA-ÇÕES. Mas o que essas festas realmente significam? Pessoas que se gostam e querem compartilhar esse clima mágico que a época proporciona? NÃO! Sejamos sinceros e vamos escancarar logo a verdade. Vamos dizer na lata o que ninguém tem coragem de dizer.

O ato de, supostamente, confraternizar, virou sinônimo de falsidade pura. Afinal, quase sempre se tratam de pessoas que passam o ano inteirinho se odiando, disparando ofensas e impropérios umas às outras, mas quando chega dezembro, ficam de beijinho e tapinha nas costas? Tenham dó! Até pra isso deveria ter algum limite.

Mas fica a indagação: se estas reuniões são todas mascaradas, por que as pessoas ainda vão? Ah, ser humano gosta é de muvuca, boca-livre, open bar e de cutucar onça com vara curta. E tem coisa melhor do que ver aquela bitch dos infernos pagar o maior mico e depois você ter a chance de fofocar sobre isso? Não sejam hipócritas! Por mais maquiavélico que pareça, falar mal de quem a gente odeia, causa um prazer transcendental. E isso é só o que rola em festinhas de ‘‘confraternização’’. Ou vai me dizer que não?

Não estou aqui pra colocar caraminholas na cabeça de fulano ou sicrano, afirmando que devem recusar convites para eventos desse porte, mas seria interesse que tivessem mais cautela, pois o circo está sempre aberto para novos palhaços. Quer fazer parte da palhaçada também? Então vai, mas vai sabendo que pra não ser humilhado na frente dos amiguinhos, é preciso ter meiguice e acidez equilibradas na medida certa. Porque festas desse tipo podem ser comparados à rituais de abate e pra sair vivo deles, deve-se estar devidamente preparado. Ninguém vai ao apocalipse zumbi, mostrando que tem um cérebro.

E caso não queiram captar a mensagem que eu quis passar, não tem problema. Sou apenas uma anti-social, que prefere se aconchegar no reduto de seu quarto, cercada de livros, tv e mundo virtual, do que suportar gente fingindo ser o que não é, só pra fazer cena.








Sou...

terça-feira, 18 de dezembro de 2012




Sou fragmentos.
Apenas pedaços de coisas que tinham pretensão de ser,
Mas que não aconteceram.

Sou tormentos.
Devaneios, surtos, ilusões...
Tudo o que mistura o que já é confuso por natureza.

Sou momentos.
Pessoas que marcaram e sensações que fincaram.
O que foi transformando o que não queria mudar.

Sou lamentos.
Muitos, infinitos...
Eternos e por vezes, sombrios ou bonitos.

Tento me definir
Pra ver se me encontro em mim,
Mas sou tantas, sou mantras.











Selo DEScomplicando de Qualidade: Uma Noite Kelmérica.


Algumas explicações: antes de qualquer coisa, quero pedir sinceras desculpas ao meus leitores, por ter deixado o blog tantos dias desatualizado... MAS! Parem de lamentar (risos), porque EU VOLTEI. Fiquei de férias da faculdade HOJE (sim, minha faculdade quase queria emendar o ano letivo de 2012 com o de 2013, mas agora está tudo bem). Tentarei arrumar o blog e postar ao máximo possível (contanto que o mundo não acabe até lá... mais risos).

Eu e o escritor Ricardo Kelmer em uma noite kelmérica.
Dezembro está quase chegando ao fim e o que posso dizer é que o ano de 2012 me proporcionou momentos fantásticos, para não dizer, memoráveis. Um deles ocorreu recentemente, em 30 de novembro,  plena noite de sexta-feira e último dia do VII EncomFac (Encontro de Comunicação da FAC).

A palestra com o escritor Ricardo Kelmer, proporcionada pelas professoras Dalu (minha professora de Língua Portuguesa II) e Lenha, foi o ápice de toda a semana e fechou com chave de ouro tamanho evento. E era perceptível a grande expectativa que pairava sobre o ar e uma mísera sala de aula não foi suficiente para suportar o contingente de pessoas que aguardavam por Kelmer, o convidado ilustre da noite.

O começo da palestra. Da esquerda para a direita: Lenha, Edmundo (coordenador), Ricardo Kelmer e Dalu.
Locomovemo-nos, então, ao auditório, que logo ficou fervilhando de mentes ansiosas para conhecer o tão já comentado convidado ilustre. E confesso: também estava ansiosa. Afinal, não é todo dia que se conhece um escritor, não é? Ainda mais quando se quer seguir por esse rumo das palavras, tais encontros acabam por revolucionar a vida de alguém. E eu sentia que isso estava prestes a acontecer comigo.

Após uma espera, que parecia interminável, eis que olho pra trás e vejo alguém que poderia ser Ricardo Kelmer. Não sou boa fisionomista, mas reconheço quando alguém, importante e diferente do normal, transita no mesmo local que eu. Sim, era ele. Logo foi possível ouvir comentários desnecessários que partiam de bocas sem noção: ‘‘Nossa! Como ele é feio, velho e careca. Totalmente diferente da foto do banner’’. Sério que não tinha mais nada pra falar? Não suporto essa gente que tira impressões, altamente precipitadas, levando em consideração apenas a casca de um ser, que por sinal nem parou pra olhar com cautela. Espera ele abrir a boca e começar a falar primeiro, pôxa. Eu, pelo menos, achei o escritor extremamente charmoso logo de cara. Deve ser porque literatos fazem com que a gente se atraia mais fácil. Será algum veneno mortal que eles usam? Não sei, mas que a qualidade ‘interessante’' vai a mil, isso vai.

Então, Kelmer, Dalu e Lenha foram lá pra frente, sendo que foi impossível não notar que o cara usava óculos escuros em plena noite. Como sou daquelas que curtem coisas fora do comum, gostei do estilo ‘‘ah, não estou nem aí que não tenha sol, quero mais é ser feliz’’.

O CARA!
Ele trouxe uma seleção de seus textos para mostrar pra gente. Seguindo alguns pedidos e lendo outros por conta própria, foi mágico ouvir, da boca do autor, suas criações interpretadas por um tom de voz que sabe exatamente o que está fazendo. Achei algo bastante digno. Do que foi lido, meu preferido foi ‘‘Inculta e bela, dengosa e cruel’’. Que só pelo título, pensei ‘‘O cara tem a cara de galanteador, com o título desses, só pode ser sobre um rabo de saia’’. Enganei-me, mas de certa forma é sobre uma mulher sim. Mas não uma mulher propriamente dita. Era a personificação da capital cearense. Quando ele terminou de ler, meu queixo batia ao chão. Como alguém poderia ter sido tão, espetacularmente, feliz ao falar de uma cidade? Amo meu Ceará, mas não sei se teria a mesma competência e genialidade para escrever algo, pelo menos, parecido. Percebi a relação linda que Kelmer tinha e tem, apesar de longe, com Fortaleza. Uma coisa meio na onda: ‘‘Te deixo agora, porque é melhor pra mim e pra você, mas prometo voltar’’. E é isso o que ele faz. Como já bem dizia a boa e velha sabedoria popular, afirmando que o bom filho à casa sempre retorna.

Outro ponto que merece destaque, ao meu ver, já foi no momento em que abriram espaço para perguntas e alguém questionou se ele não tinha receio de falar sobre os órgãos sexuais de maneira tão explícita e Kelmer foi enfático ao dizer que não teria porque se censurar. Se quisesse ser explícito, seria. Agora me diz, como não se encantar por esse autor? A-do-ro gente assim, que não tem medo algum do que escreve. Porque negar seu jeito de compor textos é o mesmo que negar a si próprio, o que de longe, percebe-se que não é coisa da personalidade marcante de Ricardo Kelmer. Ainda bem.

Ufa! Cansei! Difícil é parar de proferir elogios à palestra do último dia 30. Só sei que aprendi, vivenciei e acima de tudo, admirei. E muito. Nunca havia tido uma proximidade, mesmo que acanhada, com um escritor tão incrível. É por essas e outras, que cada vez vou nutrindo mais certeza do caminho que quero trilhar na minha existência. Talvez um dia eu consiga ser tão foda quanto o Kelmer, mas isso é só um temoroso e tímido: talvez.

Para descobrir mais sobre Ricardo Kelmer e conhecer seu trabalho, confira os links do autor:
 - O blog 
(onde você pode comprar os livros diretamente com ele);

Se liga na figura! :P
Comprei ao final da palestra e não poderia ser outro, né?


E ai? Gostou do post? COMENTA! E se tiver alguma indicar de outro autor, livro, filme, música... Seja o que for, que ache que mereça o Selo DEScomplicando de Qualidade, é só falar também. Beijos!





No Universo da Crônica: Amélia Nunca Mais.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012





Posso não ser uma defensora de carteirinha dos direitos das mulheres como gostaria, mas minhas opiniões quanto a isso são pautadas em questões feministas mais do que sérias e que merecem um maior destaque na grande mídia.

Não suporto machismo, por menor que ele possa aparecer aos olhos de quem não entende o que é repressão. Machismo só pode ser coisa de homem de pinto pequeno, que no fundo tem medo de mulher e não se garante em seus relacionamentos com o sexo aposto. Entendi, um pouco melhor, tudo que envolve esse processo de conhecimento humano, ao descobrir seu trabalho e ouvir tudo que o autor Ricardo Kelmer, homem feminista declarado (ainda bem), disse em sua palestra na FaC. Percebi que se pode sim ser homem e ao mesmo tempo ter um fascínio incondicional pelo ser feminino, percebendo-o como expressão máxima da criação. Porque ser ‘macho’ e balançar algo entre as pernas, não te dá o direito de agir como um ditador mal resolvido e achar que quem não tem esse ‘algo’, merece ser sua escrava. Não sabia que a coroa do rei tinha mudado de cabeça.

Está bem, falar assim de homem aparenta radicalismo, mas se não for pra ser direta, de que vale a luta? De que vale o suor derramado e as idas à delegacia da mulher pra denunciar machão agressor? Não existe revolução sem confronto, seja ele no campo das ideias ou corpo a corpo. O importante é que se for pra cair, que seja com glória e a sensação de dever cumprido. Afinal, em uma revolução como essa, não existem grupos vencedores ou perdedores, apenas a consagração de um bem muito maior que todos nós: o direito de ser livre, de fazer o que bem quiser, sem ter que dar satisfação à namorado, marido ou um qualquer.



E nesse caminho de luta, é claro que aparecem os incrédulos em relação ao movimento feminista. Contestam nossas questões e as transformam em piada, em história pra boi dormir. São esses os que mais propagam o termo ‘feminazi’. Não sabe o que é? Eu explico. Feminazi é a terminologia usada para comparar com nazistas às feministas mais radicais. Aquelas que, por exemplo: são à favor do aborto em qualquer circunstância, que veem o casamento como instituição social de aprisionamento e que muitos acreditam que desejam a eliminação de todos os homens da face da Terra. Mas isso, principalmente, ninguém pode afirmar ou trazer à tona apenas para enfraquecer o movimento. O Feminismo não prega extermínio de pessoas, mas a eliminação do machismo, porque esse sim é que oprime e mata milhões todo dia, enquanto a maioria finge não ver.

Evidente é que, apesar desses inúmeros pontos negativos pelo qual o Feminismo existe e insiste, não podemos nem vamos negar tudo o que já foi conquistado. A luta não começou ontem, nem surtiu efeito em poucos dias. O processo é árduo e cansativo. Mas já conseguimos muito. Levantamos a bandeira da liberdade e entoamos o nosso mais fervoroso canto pela NÃO VIOLÊNCIA À MULHER! Fomos ouvidas e até por vezes aclamadas, aplaudidas. Reconheceram o nosso esforço. Fizemos o nosso espaço e vamos fazê-lo ainda mais.



Graças às nossas antepassadas, heroínas incansáveis, é que hoje podemos voar mais alto e alcançar o céu. É pela luta delas e de muitas outras, que foram as ruas com cara e a coragem, que nós podemos votar, que podemos trabalhar em empregos antes dominados por uma maioria masculina esmagadora, que podemos ser presidentes de nações e tudo mais que quisermos.

Então, mulher do mundo moderno, valorize as que enfrentaram tudo e todos para que você tivesse uma vida boa. Não desmereça a revolução. Não sonhe em ser mais uma ‘Amélia’ a esquentar a barriga no fogão e esfriar na pia. Sonhe em ser uma mulher de VERDADE (em letras garrafais assim mesmo), daquelas que não abaixam a cabeça em hipótese alguma e que não repetem feito robô ‘Sim, senhor!’ e ‘Não, senhor!’.


Esclarecimentos: Fiz essa crônica para um trabalho de Língua Portuguesa II que ocorreu hoje e que você pode ver como foi um pouco da apresentação aqui. O tema principal era ''Crônica'', mas revolver contextualizá-lo ao universo feminino. Foi lindo. Adorei escrever esse texto e vou a-do-rar mais ainda se você deixar o seu comentário. Obrigada e beijos! 

UPDATE: Fechamos a apresentação com essa música



''Nem toda feiticeira é corcunda,
Nem toda brasileira é bunda.
O peito não é de silicone,
Sou mais macho que muito homem'' (8)










Espinhenta

domingo, 9 de dezembro de 2012

Porco-espinho.


Espinhenta,
Respinga teus espinhos em mim.
Faz corpo mole.
Num abraço
Se retorce.
O estilhaço...
De fato.
Quebra-se em pedaços.
Fura-me.
Perfura.
Crava teus espinhos em peito alheio
Sem receio.
Como se eu aguentasse
Ser espinhento também.
Nem tento.
Faz-me refém.





Do que ''NÃO'' se pode contrariar.

sábado, 8 de dezembro de 2012



Muito se fala em liberdade de expressão, que cada um deve respeitar a opinião do outro e blá blá blá, mas de fato, essa ladainha toda fica só na teoria. Afinal, a realidade é bem diferente.

Vamos refletir um pouco: Você já tentou questionar qualquer gosto que seja, de um amigo ou conhecido e sair ileso dessa? Se você conseguiu essa proeza, meus ''parabéns''. Tal tarefa não é nada fácil.

Normalmente, a outra pessoa é irredutível quanto a fato de ouvir algo que ponha abaixo sua adoração por determinado produto da cultura de massa. O que aparenta, é que existe uma regra que não pode ser quebrada em hipótese alguma: ''o que a maioria gosta, ninguém pode reclamar ou falar mal''. Agora responda se isso tem ou não tem um fundo de verdade?

Você já ousou falar negativamente da Saga Crepúsculo, em uma rede social, e não receber vários comentários, no mínimo, te xingando de invejoso(a), etc? Esse foi só um exemplo comum, mas existem inúmeros, como Justin Bieber, novelas e demais programas da Rede Globo de Televisão, cantoras da Disney e por ai vai.

E isso não é questão de ir contra o gosto alheio. Cada um admira e adora o que bem quiser, afinal, não estamos mais num período de ditadura e o direito de opinião deveria ser lei. Mas o direito de retrucar também deveria valer algo, pois também é pra isso que se vive em sociedade. Não é para que todos andem de braços dados e saltem em meio a flores, como em filmes de comédia boboca, mas para que sejam questionados e indagados. E que no final, tudo isso leve à debates sadios e conscientes, sobre a proporção catastrófica que o consumo em massa exerce em nossas vidas. 












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