Contigo desci ao meu inferno

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Contigo desci ao meu inferno. Ao inferno da carne, do corpo em chamas por ti. Do eu e você em um único e incandescente fogaréu. Ao inferno que é perdição entre deuses e meros mortais, tão mortais assim como eu, que sou osso, palavra e amor.

Contigo, que fiz meu deus reencarnado em pele de sedução, me atrai aos céus, onde fisgada por tua beleza tão viva, vi meu reflexão confundir-se com as curvas despretensiosas que teu sorriso resplandecia no meu sofrido lago de paixões.

Nas águas incontroláveis onde repousei e ousei modernizar a poesia de outrora. Ousei falar de ti como jovem que pulsa e segue fervilhando. Ousei usufruir da imensidão de Afrodite. Reinventando a deusa de vestido e All Star. Reinventado assim como querer que amanhece e anoitece pairando sobre o pensamento teu.

Não sei mais se sinto ou vivo a te sentir tão pleno em mim. Inspiração te tornei assim que bebi da fonte inebriante da tua voz que partia a preencher todo o vazio mundano no meu ser rasgado em mil. Os mesmos mil poemas que te dedicaria sem receio algum. Essas palavras que não mais me pertencem. Palavras antes minhas, agora suas, assim como minha alma que clama e deseja descaradamente o ser tão poético e admirável que tu és aos meus olhos, esses olhos que estão a te despir sob a luz dessa tela de pintar versos que ecoam teu nome.

Professoras Dalu Menezes e Lenha Diógenes, MUITO obrigada pela inspiração e a oportunidade que a oficina dos deuses me concedeu. 

Coisa de pele

sexta-feira, 10 de outubro de 2014


Nosso caso é coisa de pele, meu caro.
Nosso lance é envolvente
Atraente
Você me atrai perdidamente.
Enlouquecidamente
Me vejo viciada na tua sedução.
Distorcidos estamos,
Em vultos e curvas.
Beijos que entorpecem.
Toques que acariciam.
No entrelace da madrugada 
Nos lançamos num só nó.
Não há necessidade de mais espaço
Somos coisa de pele.
Eu na tua.
Você na minha. 

Mais uma de mim cravada na pele

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Tô voltando pro blog. Não me deixem.
Sempre foi mais ''fácil'' falar sobre o que passa aqui dentro em primeira pessoa. Nunca me reprimi neste sentido e não pretendo fazer isso tão cedo. Nem que seja tarde, resistirei ao anseio de me perder aqui por dentro.

Eu me escancaro mesmo. Apesar de que, no fundo, sinto que isso pode me prejudicar. Exponho-me. Dilato meu ser até o último e insignificante poro. Sou muito assim, isso que mostro sem receio de aparentar um perfil, assustadoramente, ridículo. Talvez possa até parecer um ato de explícito egoísmo falar tanto de mim, mas como já repeti, incansavelmente, em inúmeros outros textos do tipo, falo de mim, porque de mim, eu sei e, ainda sim, aprendo todo o dia.

Mas sabe, eu me sinto bem. Eu me sinto. Toco-me por dentro. Chafurdo nas minhas entranhas em busca de algo que faça sentido. Vivo por aí querendo fazer sentido, mas a verdade, a mais sincera e ferrenha verdade, é que eu não preciso fazer sentido algum.

Estou bem por aqui. Estou seguindo. Estou sorrindo com mais frequência. Falando com os outros com mais tranquilidade, como se a proximidade alheia não me demandasse profundo esforço. Estou crescendo pelas minhas próprias pernas. E as coisas estão fluindo bem. Vou lidando melhor comigo e, consequentemente, com o que e quem me cerca. 

Estou melhorando. Manhã após manhã. Ainda dormindo mal. Ainda comendo mal. Numa vida nada saudável, mas não nada diferente do normal. Não, espera aí, tem sim, alguma coisa diferente. Talvez eu esteja amadurecendo. Virando adulta aos pouquinhos. Reafirmando minha força de mulher, sem largar meus sentimentos aguçados de menina. Aquela mesma menina que nunca esqueceu de escorrer lágrimas ao dedilhar palavras com toda a intensidade do ser. Não por tristeza, mas talvez porque minha alma-poesia não me engana.


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