''... nestas horas pega mal sofrer...''

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Daqui.

Ao som de ''Down em Mim'', do Cazuza.

Acordei mais cansada do que quando fui dormir na noite anterior. Acordei inundada por um sentimento horrível, que teimava em contrair tudo que de bom ainda existia em mim. Acordei péssima, doente, exausta, esbaforida e com vontade incontrolável de gritar para o mundo toda a minha dor. Mas eu não sei gritar. Eu não consigo gritar e arrancar daqui tudo o que me machuca e me corrói. E não sei por qual razão eu ainda insisto em sorrir para a felicidade. Eu nasci para tristeza e ela é a única capaz de me entender como deve ser.

Porque eu sou do choro, daquela singela lágrima entalada na garganta. 
Eu sou da raiva que não pôde ser esbravejada.
Eu sou da solidão que impregnou na minha carne, na minha alma, no meu ser. 
Eu sou da loucura disfarçada de sanidade. 
Eu sou do descontrole mascarado de ‘‘eu sei o que estou fazendo, me deixa em paz’’. 
Eu sou do sofrimento que não tem motivo para o mundo que me corta em pedacinhos. 
Eu sou dos sorrisos para ninguém perceber o que há de errado em mim. 
Eu sou da frustração que não se mede com régua nem fita métrica. 
Eu sou da decepção com tudo e todos. 
Eu sou da angústia até a borda do copo. 
Eu sou do ódio que não sei explicar.
Eu sou do ‘‘eu sei que nada sei, mas ainda juro que sei tudo.’’ 
Eu sou dos elogios que não sei receber. 
Eu sou do mau humor que não sei guardar. 
Eu sou do nojo que me deixa mais imunda do que sou capaz de aguentar. 
Eu sou da inveja por um potinho de felicidade que jamais será meu.
Eu sou do instinto suicida. Eu sou dos pulsos cortados.  
Eu sou do botão de autodestruição. 
Eu sou dos impulsos momentâneos.
Eu sou do calor que logo esfria. 
Eu sou das cobranças pessoais. 
Eu sou do medo. 
Eu sou do pessimismo.
Eu sou da insistência ao pé da letra. 
Eu sou do exagero, aquele que se joga aos seus pés. 
Eu sou do orgulho com pose de esnobe.
Eu sou da teimosia de cara virada e revirada. 
Eu sou da instabilidade. 
Eu sou dos pensamentos em chamas. 
Eu sou do corpo quase morto quase vivo. 
Eu sou oito ou oitenta. 
Eu sou da poesia autodepreciativa que você não vai querer ler. 
Eu sou das críticas que você não vai querer ouvir.
Eu sou das palavras que não tive coragem para proferir. 
Eu sou do coração que se afoga em sangue e lamentações. 
Eu sou do drama. 
Eu sou dos socos na parede. 
Eu sou das dúvidas e carências infinitas. 
Eu sou dos desejos reprimidos. 
Eu sou das meias furadas e meias partidas. 
Eu sou da necessidade de sumir sem avisar. 
Eu sou da nuvenzinha negra que paira em torno da minha turva cabeça. 
Eu sou da escrita que flui melhor em dias ruins. 
Eu sou assim ou mais ou menos por ai. 






Você quer ficar fora do jogo?

sábado, 28 de setembro de 2013



Existir é competir e disso não dá para fugir. Existimos porque competimos e competimos porque existimos. Simples assim. Afinal, é de comum acordo que o sistema impõe a lógica de que só sobrevive quem participa do jogo ''tenho que ser melhor do que você'', mesmo que seja contra a sua vontade. Só sobrevive quem faz de tudo e qualquer coisa, um motivo para competição.

Mas alguém se esqueceu de um ''pequeno'' detalhe: Não há curso preparatório para as competições de todos os ''santos'' dias. Competimos como se nos atirássemos num abismo, como se quiséssemos voar, mesmo sabendo que não temos asas. Competimos como ursos que tentam arrancar pirulitos das mãos de pobres crianças. Competimos como seres desajeitados que somos e queremos fazer mais (muito mais) do que, realmente, estamos aptos para suportar.

A lógica da competição está mais incrustada na nossa vida, do que somos capazes de perceber. É como se nós trilhássemos uma espécie de corrida maluca, onde em cada curva, esperássemos, ansiosamente, pelo tropeço do outro, para que só então, o nosso sucesso se tornasse mais palpável. Coisa mais sem noção, não? Sim, totalmente. Mas esconder ou mascarar o que de fato acontece, é como mascarar a si mesmo. É difícil mesmo escancarar a podridão que há dentro da gente, mas isso é mais do que necessário, para que a gente não acabe virando um bando de fantoches de qualquer espetáculo imundo.

Não adianta mentir para si mesmo, e achar que competição é nojeira que só os outros fazem. O ser humano é, em sua essência, nojento sim. Qual o problema falar disso? E por que não ser nojento e consciente? A nojeira não sai com água e sabão, mas não ser hipócrita já é meio caminho andado.

Tem quem entre numa competição só para gargalhar dos erros alheios. Não sou dessas, nem tenho pretensão de ser. Sou mil vezes competir para exercer o meu crescimento pessoal e de, alguma forma, contribuir para com as outras pessoas. Lógico, sambar na cara de quem duvidou da sua capacidade também é muito prazeroso. Mas acima de qualquer prazer sádico ou coisa do tipo, está a nossa satisfação, que ninguém nos tira. Aquela sensação, que parece mínima, mas que faz a porra toda valer a pena.

Porque eu quero estar no jogo. Fodam-se os adversários e nenhum irá me intimidar. Vou usar e abusar de todas as estratégias possíveis e inimagináveis. Não vou deixar ninguém me colocar para escanteio. Estou pouco me lixando para quem tira suas conclusões precipitadas. E sem competição, nada disso teria a menor graça. 


Quando um blog vira o reflexo da gente + novidades!

sexta-feira, 27 de setembro de 2013



Quando resolvi criar um blog e decidi que esse seria ''pra valer'', não fazia a menor ideia do quanto eu mudaria a partir dali. Não, eu não mudei só porque criei um blog. Eu mudei, porque essa é a nossa sina Mudar e que seja para melhor. Sempre.

Desde agosto de 2010, eu cresço consideravelmente. Nem que seja um pouquinho por dia, mas sinto que há uma espécie de redemoinho revirando tudo que existe em mim. Isso é bom? Isso é ruim? Não sei. Nunca sei. Mas o que importa é não estagnar na vida.

Eu terminei o Ensino Médio, vim morar na capital, comecei a faculdade, conheci gente nova... Quanta coisa aconteceu e continua acontecendo.Até me surpreendo por não ter surtado de vez até agora. Mas sabe, eu gosto do caos. É nesse turbilhão de ideias, de mentes, cheiros, corpos e sabores, que eu encontro um lugarzinho para me aquecer. Porque se fizer frio, sei para onde correr. Eu corro pra cá.

O DEScomplicando tem acompanhado (com direito à crachá de VIP) o meu amadurecimento. Sim, eu continuo com essa carinha de menina de 15 anos, mas pode ter certeza que minha cabeça é de mulher. De uma mulher pensante, inquieta, louca varrida e feminista, cada vez mais feminista. De uma mulher que só quer ser livre e lutar pela liberdade de todxs. E olha, se as pessoas já não iam com o jeitinho Herlene de ser de antes, provavelmente, irão odiar mais ainda essa minha ''versão criticamente turbinada e em eterna construção''.

Sim, entrei numa fase que tanto faz como tanto fez. Ando sem paciência para pessoas que adoram pairar e parar no que é superficial, desnecessário e nojento. Não sou obrigada a tolerar gente que parece ter preguiça de pensar antes de falar qualquer merda. Mas eu não quero me desgastar mais. Apenas lanço um olhar fulminante e seja o que tiver de ser. E que só permaneça ao meu lado, quem, verdadeiramente, quiser e que tenha muita resistência para tal. Não tem força para ir até o final? Então, tchau!

Todo esse post meio egocêntrico meio coisa que todos já sabem ou deveriam saber, foi só para apresentar o novo layout do meu blog. Olha, que jogo de marketing interessante, não? Brincadeira!

O DEScomplicando foi repaginado pela querida Pâmela Ferracini, do Love In Red (muito obrigada, sua lindona!) e está com uma proposta mais simples, com tons da minha cor favorita (roxo feminista). Como meu reflexo claro, vocês irão ler por aqui postagens muito mais críticas que antes (mesmo que com uma frequência não tão assídua). Sem dúvidas, temas polêmicos terão cartãozinho vip com direito a open bar e tudo que for preciso. Não se assuste! Os textos pessoais ainda estarão presentes na nossa festinha, mas talvez virem personagens de segundo plano. O blog, sem dúvidas, está entrando em uma nova era. Largando a carapuça de menina e vestindo a pele de mulher. Mas pode ficar calmx, que não deixaremos de fazer o principal: DEScomplicar. Vem!!!

Da sintonia que nos cerca.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013



Leio tua mente, tuas dores, teus desejos. Posso até sentir o doce dos teus sabores. Te devoro e quero ainda ter a chance de te decifrar. Porque eu encho a boca de vontade e não sei como e em que lugar isso vai parar.

E sigo te procurando e querendo te descobrir. Me envolvo no teu toque, audição, visão e paladar. Mas tudo isso não passa de um sonho quase impossível. Me recobro do dia em que teus olhos se chocaram e fisgaram os meus. Saíram faíscas de nossos corpos em calor, em fervura pura.

E quando você sorri, meu mundo se preenche de luz. E quando você fala aquelas, tão conhecidas, palavras excitantes, eu me transporto para o teu lado. Você é capaz de sentir essa sintonia que nos cerca? Porque mesmo separados, nossas almas parecem se encaixar ao dançarem naquele ritmo perfeito que tanto fala de nós dois.


Só não tenho pretensão de pagar de romântica, melancólica e carente. Eu sei que teus pensamentos estão grudados em mim. E eu estou querendo vestir tua pele e me grudar em você do jeito mais saliente que tiver de ser. 

Texto inspirado em duas influências musicais. Percebeu?
O que achou? Quero saber sua opinião.








Porque gozar faz parte!

quarta-feira, 18 de setembro de 2013


Gozar é arte.
Gozar faz parte.
E a vida é um eterno gozar.
Gozar de boa companhia.
Gozar de noite ou de dia.
Gozar sozinha.
Gozar juntinha.
Gozar por prazer.
Gozar por querer.
Gozar sem receio.
Gozar no começo
No fim e no meio.
Gozar não só na cama,
Mas porque ama.
E seguir gozando.
Gozando e rindo.
Gozando livre para gozar,
Sem ninguém para julgar. 


H.S





                                 

A benção dos que se conformam.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Seja diferente! É mais legal, viu?

A humanidade pode, ''facilmente'', ser dividida em: Pessoas inconformadas ou conformadas. E quem seria capaz de distinguir uma da outra, sem cometer nenhum equívoco? Mas vou logo avisando: Não é apenas o prefixo ''in'' que faz toda a diferença. Visto que a dicotomia em questão não é tão superficial quanto parece e envolve fatores que vão muito além da mera ortografia.

Há quem ouse acreditar que ser inconformado, por exemplo, é coisa de gente feia, infeliz e sem expectativas de um futuro promissor.  Mas que tristeza é saber que tem gente que insiste em pensar assim, dessa maneira tão grotesca, estereotipada e limitada.

Ser inconformado, como a maioria das coisas da vida, é uma moeda de duas faces, uma faca com dois gumes, uma via de mão-dupla. E ressalto que não vejo nada de errado no fato de alguém escolher ser inconformado, porque o problema, na realidade, está nessa gente que não é inconformada com nada. Gente que deixa as injustiças do mundo passarem por entre seus fios de cabelo e que logo abaixa a cabeça, sem sequer bater o pé ou ecoar um grito de ''basta'', não desce pela minha goela. E de pessoas assim é melhor manter distância.

A jornalista e escritora, Danuza Leão até já deixou claro, em um de seus inúmeros textos, que não se conformar é uma maldição. E enveredando por tamanho raciocínio, o conformismo poderia ser visto como uma espécie de benção, isso sim. Afinal, se fazer de indiferente e não se revoltar diante das atrocidades mundanas, poupa estresse e ainda deve fazer um bem danado para a pele.

Não sei dizer se o conformismo acontece por recomendação médica, nem sei se possui eficiência terapêutica comprovada, mas o que é possível perceber é que, cada vez mais, as pessoas estão aderindo à prática do ''me conformei e que se exploda o mundo''.

Ser conformado até pode ser coisa de gente quer levar a vida no ritmo de ventos mais suaves, mas não sei se confio nessa perspectiva. Haja vista, que o conformismo com o qual me deparo diariamente está mais com cara de ''só o meu mundinho importa e não quero saber de mais nada'' e também aparenta ser amigo íntimo do comodismo.

O conformismo nos fazer padecer bem antes do fim. É prático, simples, rápido e indolor, mas não cessa a minha sede de luta, a minha ânsia por revolução de mentes. É barato, mas silenciar custa muito caro. O conformismo não me satisfaz, mas se ele satisfaz você, já podemos chamar isso de maldição.










Eu também sou humana, porra!

terça-feira, 3 de setembro de 2013


''Você não faz o tipo que se ferra''. Aquela frase foi como uma facada no peito. Foi então que eu percebi que as pessoas ao meu redor adoram criar uma imagem deturpada e até mesmo exagerada ao meu respeito.

GENTE, eu sou humana que nem vocês, por mais incrível que isso pareça. Mas eu sou humana sim! Não tenho certificado autenticado pelo DHP (Departamento de Humanos Puros), mas acho que tal burocracia não é necessária neste caso.

Quando alguém aparenta surpresa ao perceber que também posso errar e errar feio, fico em choque. Eu sei que meu histórico na vida real e, principalmente, na trajetória escolar (agora acadêmica) cravou uma visão de ser perfeito na mente alheia, mas eu não sou perfeita, até porque ninguém é. E confesso que dizer isso dói. É uma dor pessoal e que me dilacera por dentro, mas tenho que lidar com a verdade. Uma verdade que grita e parece que só eu a escuto. Sim, eu sou sujeita a falhas, assim como qualquer outro integrante da raça humana. E pode ter certeza: Você vai conseguir sobreviver após descobrir tamanho ''segredo''.

Tenho consciência da cobrança que cai em meus ombros e que, por vezes e por pouco, quase que me derruba. Mas cansei dessa cobrança ser maior do que, realmente, posso aguentar. Eu sou forte, mas, infelizmente, não sou o Incrível Hulk numa versão branquela, blogueira e feminista.

Incrível Hulk FEMINISTA, 3bjs.
E digo mais, o ''A Hora de Virar Borboleta'' que encabeça o primeiro texto do blog e que também está presente na url do mesmo, parece que nunca fez tanto sentido quanto agora. Afinal, estou, aos pouquinhos, saindo do meu casulo e buscando um lugar ao sol. E gostaria que as pessoas ao meu redor não se ''assustassem'' com a minha metamorfose. É com se eu estivesse me despindo da casca de menininha certinha, quietinha, que não faz nem fala nada e me transformando numa mulher, que comenta besteira, fala putaria e que não tem ou que, pelo menos, tenta não ter vergonha de si própria. Grata.

Observação: O DHP (Departamento de Humanos Puros), citado no texto acima, NÃO EXISTE, (risos). Foi só mais uma louca invenção da minha cabeça mais louca ainda. 










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