Alienados pela vida alheia

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Início de ano e a programação da TV aberta fica mais deficitária que o normal. Vários programas ficam de férias ou passam a transmitir apenas suas reprises e quem procura distração ao ligar um televisor, encontra nada de bom para assistir, muito menos algo educativo.
 É durante essa época, que o grande monopólio televisivo chamado Rede Globo, resolve fisgar de vez seus telespectadores com um líder de audiência, o Big Brother Brasil, que já está em sua 11ª edição e cada vez mais repleto de polêmicas, confusões, barracos de quinta categoria e mulheres seminuas, ou seja, tudo que boa parte desse país, adora.
Ver pessoas não tão anônimas assim seria realmente um show de realidade? Creio que não. Show de realidade é o dia a dia de alguém que tenta sobreviver com dignidade apesar de receber um ridículo salário literalmente mínino. Show de realidade é quem não tem sequer onde morar e mesmo assim estampa um sorriso sincero no rosto. Show de realidade é quando mesmo sem possuir o que comer todo dia, uma família permanece unida. Show de realidade é quem trabalha muito, sem descanso e no final de sua rotina diária, agradece por estar vivo. Show de realidade é quem tem uma doença grave e mesmo assim não desistiu de lutar. Dar valor as verdadeiras lições de realidade é um show de verdade.
Claro, ter uma intensa curiosidade por observar o comportamento do outro, é inerente ao ser humano, ainda mais quando estes ‘’outros’’ estão confinados, o que torna suas ações excessivamente estranhas, mascaradas e calculadas e é por isso que as emissoras de TV estão investindo alto em produções desse gabarito.
 A criatividade é o que não falta para produzir um reality show, a receita é quase sempre igual: pessoas que gostam de aparecer, que possuem contatos importantes, que sabem fingir muito bem e quem não estão nem ai para o público. Depois é só criar uma boa e envolvente história, procurar patrocinadores famosos e esperar a audiência.  Pouco importa se é tudo forjado ou não, o que está em jogo é o lucro.
Essa categoria de programa também não é nenhuma praga da humanidade. É apenas mais uma forma de futilidade que nos desliga de tanto estresse para um entretenimento inútil, mas o que realmente diverte na TV, é assim. 

5 comentários:

  1. Fica difícil analisar as coisas comparando a outras de diferente valor. É como dizer "não vou comer porque há pessoas passando fome" ou "não vou tomar banho de piscina porque há pessoas com sede" ou "não vou ver o Big Brother porque tem gente com realidade bem difícil por aí".

    Acho que o programa é tão fútil, que ninguém deveria se incomodar com ele e compreender que outras pessoas podem se divertir com ele, porque cada um gosta do que quiser. Não condeno quem goste, porque não acho que faça mal gostar de um simples programa de TV. E se fizer algum mal, vai fazer pra própria pessoa e não pra mim.

    Um abraço,

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  2. Guria, adorei o texto!
    Não tinha visto teu blog ainda e gostei pra caramba, tanto do jeito que tu escreve como o layout e a organização dele. Muito bom mesmo!

    Teu seguidor no twitter @RaffaMenegon :D

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