O Tal do Poeta

quarta-feira, 14 de novembro de 2012



Pungente é o fio condutor
Que transfigura a alma do poeta inquieto.
Este, por sua vez,
Tornou-se escravo
De suas palavras dementes e confusas.
Poeta marginalizado.
Julgado como impróprio
Para qualquer indivíduo de boa conduta.
Mas o poeta não para.
Ele paira.
Segue deslizando a mão calejada,
Pela textura até que macia,
Daquele papel de quinta categoria
Da loja da esquina.
Papel ‘’tão macio’’
Quanto a sua mente.
Pensamentos pontiagudos
Perfuram a cabeça do tal poeta emergente.
Antes era nada,
Agora nada é.
Porque nem de toda tranquilidade vive um ser.
Há também o medo de viver.
De crescer.
Medo do coração enrijecer.
Endurecer.
Porque poeta não quer virar pedra.
Poeta ultrapassa qualquer era.
Poeta não espera.
Se reintera.
Poeta sentimentos tristes prioriza.
Poeta o poder da palavra eterniza.


Inspiração: ''As confissões de Henry Fool''. Na noite que assisti à este filme, me deu logo vontade de escrever algo relacionado. Não terminei ali, ainda acrescentei ''pedaços'' ao poema por mais umas duas ou três vezes. Terminei ontem. Fui mostrar para minha professora de Língua Portuguesa II, do segundo semestre, e como estávamos numa aula sobre funções da linguagem, ela quis ler para a sala inteira e analisar em qual função ela se encaixa (segundo ela depois, é metalinguístico, por eu definir o que é um poeta, mesmo que seja na minha opinião) . Fiquei extremamente envergonhada, mas dei consentimento para que eu ela o fizesse. Afinal, porque deveria ter receio de tornar público meus escritos? Eles são parte de mim, são o que sou. Resultado: a sala aplaudiu quando a professora terminou de ler, não sei se foi complemente verdadeiro o reconhecimento, mas aplaudiram. Até que me senti bem na hora. Espero que gostem também e que deixem seus comentários. Beijos! UPDATE: Ao terminar de ler meu poema para a sala inteira, a professora ficou me elogiando e dizendo algo como ''Essa é minha aluna!!!'', toda orgulhosa de mim. Isso foi o melhor de tudo.










4 comentários:

  1. Já falei que adoro o teu jeito de escrever?
    Nos poemas tu arrasa!
    O processo de escrita tem os seus fascínios, não é?
    Deve ter sido emocionante ver o próprio texto ser lido e ainda com elogios, nossa!

    Beijos

    www.nadadeperfeicao.com

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  2. Me explica como é possível escrever tão bem?
    Acho lindo pessoas que sabem fazer poemas, acho tão complicado! Tão mais difícil do que textos em prosa.

    Beijo
    Mariana | Sem querer me intrometer

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  3. Apenas esse verso: "Mas o poeta não para. Ele paira" Isso realmente define, Lene, define a poesia, define o que nós - metidas a escritoras, poetisas - fazemos. Essa é nossa vida, nossa existência, nosso ar.
    Lindo, Lene, lindo. *-*

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  4. Que legal, meus parabéns. Alguns professores já leram coisas minhas em sala de aula também, dá vergonha, só que ao mesmo tempo, satisfação. É realmente metalinguístico, pois é poesia que fala de poesia.

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