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Dos comprimidos que engoli a seco

domingo, 28 de junho de 2015


Não há tarja preta que me segure. Quando se está no fundo do poço, chegamos a nos iludir achando que não dá para ficar pior. Mas quanto mais a gente cai, mais percebe que é possível cair. Eu estou em queda livre. Meu mundo desaba todo o maldito dia. Todo amanhecer é um fardo. Durmo sob o efeito dos comprimidos. Acordo ''para'' a realidade e ela continua cruel. Sim, os outros podem e são, demasiadamente, cruéis com o que sentimos. Não importa o quão grave seja nossa dor, só veem como drama. Ou que você está exagerando. Até te encaixam em rótulos para te julgarem ainda mais. Duvidam do que sente. Você agora é reduzida à uma obsessiva-possessiva-compulsiva. Meu deus. A louca.

De um tempo pra cá, me vi transformada em uma hipocondríaca. Eu, que odiava remédio, passei a adorar tomar comprimido. Pra tudo. Tinha dores de cabeças terríveis e severas, por isso devo ter tomado todos (ou, pelo menos, a maioria) dos mais diversos comprimidos do mercado para este mal. Já a minha ansiedade extrema me fazia (e ainda faz) tomar sulfa como calmante, mesmo sabendo das consequências do seu uso constante e descontrolado.

Ia tomando outros remédios para o estômago, gripe, mais uma para alguma dor muscular insistente e assim a bolsinha de remédio enchia cada vez mais e era preciso ser trocada por outra maior. E maior. E maior ainda.

Na maioria das vezes, engoli meus comprimidos querendo engolir minhas infernais dores mentais. Eu poderia nem estar sentindo uma dor física de fato, mas tomava pelo relaxamento que aquilo me causa e que continua causando. Ainda sim, nenhum deles me traz o efeito desejo. Nem mesmo os comprimidos da felicidade, os que deveriam me trazer calma, paz, tranquilidade. Um sono, certo tempo dopada e altos lapsos de memória. Sem mais. Nem menos. Eles não trazem minha vida de volta. Meus comprimidos não são mágicos. São caros. Exigem rotina e responsabilidade, o que nem faço ideia do que queira dizer neste exato momento. Não tenho a mínima regularidade em horários. Emendo remédios ''perto'' um do outro ou até tomo com refrigerante. Algo bastante saudável, não é?


Certa vez descobri que o remédio que uma neurologista havia me receitado para minhas enxaquecas crônicas era um anti-depressivo, passei a toma-lo quando tinha a vontade absurda de querer fugir do mundo. Incontáveis foram as vezes que o tomei para me desligar deste plano. Dormia por um dia seguido, basicamente. Sem sair da cama, nem nada. Creio que, a partir dali, eu me joguei de cara num processo depressivo sem volta. Passavam-se os dias, as semanas e eu na mesma situação deplorável. Daquelas de causar pena mesmo, sabe? Mas eu ficava ali, trancafiada num espaço minúsculos, que mal cabia meus pensamentos desprezíveis, muito menos meu corpo que, aos poucos e assustadoramente, ia definhando.

Agora, o efeito do coquetel de hoje já começa a bater. Abater-me. Mais uma vez. Por completo. Os olhos pesam como guilhotinas. Eu estou retalhada. Visão turva. Como se tudo girasse ao meu redor. Cada vez mais veloz e furioso. É hora de deitar. Amanhã todo martírio retorna.

Entre a poesia e a prosa de esquina

segunda-feira, 21 de julho de 2014

(fonte)
Transformei-me num ser adepto do inacabado. Não sei precisar em que momento exato isso aconteceu. Não me recordo do ano, da ocasião ou mesmo da força de vontade que acabou por esvair-se do meu âmago.

O que sei é que recrutei minha existência para esta estrondosa bolha que construí ao meu redor. Fiz do pacato, a minha rotina. Elevei a exaustão mental ao ápice. E agora, aqui estou para entoar poesia diante daquilo que age como navalha por dentro.

Sou os livros que ainda nem folheei. Sou as pessoas com quem não convivi. Sou as criaturas com quem me desgastei. Sou as noites que me encontrei, insistentemente, insone. Sou as conversas que não terminei. Sou os corpos que não ousei abraçar. Sou os lábios que procurei não beijar. Sou os ‘agoras’ que ficaram para os ‘amanhãs’.  Sou as realizações que deixei para os sonhos. Sou as realidades que empurrei para as ilusões. Sou as verdades mal digeridas. Sou as mentiras, mais ou menos, engolidas. Sou ‘o dentro’ que grita quando ‘o fora’ cala. Sou a boca que esperneia mesmo quando deveria silenciar. Sou da exaustão que não cede lugar ao dançar. Sou da sinceridade estampada que não troca de papel com a máscara levantada. Sou tanta poesia dilacerante impregnada de uma prosa dissonante.

8 de março: Flores? Só se forem de luta, de peleja.

terça-feira, 11 de março de 2014


"FLORES?
Flores neste dia?
Só se forem de luto, de tristeza
Só se forem de luta, de peleja.

Felicitações no dia 8 de março?
Só se forem por decisão
Por resistência, pela coragem!

Sorrisos neste dia?
Só se forem de vitórias árduas
De conquistas, de liberdade!

Gritos no dia 8?
Só se forem de autoafirmação
Ou se forem de negação à dominação.

Que as celebrações deste dia sejam para brindar os ganhos
Mas sem esquecer, jamais, que ainda há muito o que se fazer e buscar.

Que os discursos deste dia sejam sinceros
Que este nojento machismo nos deixe em paz
Que o falso moralismo se consuma e desapareça.
Se desfaça e se dissolva com o puritanismo que em nada nos acrescenta,
Isso que nos é desnecessário.

Flores neste dia?
Só se forem vívidas e muito perfumadas
Só se forem de doçura, de encanto!

Gritos no dia 8?
Que sejam de libertação
De negação à exploração
De rejeição à submissão.

Que este dia sirva de espelho para todos os outros dias
Que não se confunda igualdade de gênero
Com falta de romantismo
Com falta de cavalheirismo.

Que não se confunda igualdade de direitos
Com embrutecimento do feminino.
Que este dia 8 reflita em todos os outros dias
Que a luta nos faz mais fortes
Mas não nos deixa menos belas!

Ao contrário.
Que todas e todos entendam que quanto mais luto mais floresço!
Que quanto mais suo nestas batalhas 
Mais me sinto mulher!

Canções neste dia?
Que não sejam mais de agonia ou tristeza
De amargura ou de dureza.

Que todos e todas entendam
Que a luta reafirma minha identidade
Que não é o batom ou o salto alto que me torna mais feminina
Que não é ter parceiro ou parceira, filhos ou casamento que me define mulher!

Felicitações neste dia?
Só se forem verdadeiras
Com respeito e dignidade.

Sorrisos no dia 8 de março?
Só se forem de esperança, de confiança
Só se forem acompanhados de determinação
De ideias e de ação!

Flores neste dia?
Que sejam para perfumar o caminho
Os cabelos, os sonhos, a vida!

Vermelho no dia 8?
Que não seja de sangue, que não seja de dor.
Que não seja de opressão ou segregação.

Que o vermelho neste dia
Seja de amor, de ternura, de bravura
Que seja forte, que seja de paixão!!!"


Por Bianca Ribeiro, estudante e artesã, de Fortaleza-CE. Decifra-me. 





8 de março: Parabéns não, por favor!

sábado, 8 de março de 2014

Daqui.


No dia internacional da mulher, troque o parabéns pelo sinto muito. Sinto muito por você não poder andar na rua sem ouvir grosserias nojentas. Sinto muito por você não poder dirigir sem sofrer com piadas preconceituosas sobre mulheres no volante. Sinto muito pelas estatísticas de feminicídio, a maior parte causadas por ex-companheiros. Sinto muito por você todo dia ser bombardeada por padrões de beleza inalcançáveis e ainda ser denominada de fútil pela insegurança causada. Sinto muito que uma data criada pra ser um momento de reflexão virou pretexto pra vender sapatos. E, em tempo, os setores nos quais a maioria é composta por mulheres são os que pagam os salários mais baixos, mas toma aqui uma rosa pra compensar.





Por Wanessa Bentowski (arrobawanessab), 24 anos, redatora, de Fortaleza. Praticamente inofensiva.

Texto postado originalmente no perfil de Wanessa no Facebook

8 de março: Das coisas que o calendário não conta.

Durante essa semana eu gravei um vídeo sobre o dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Falei ali algumas coisas mas certas pautas devem ser repetidas em todos os espaços possíveis.

Quando eu era criança, voltei muitas vezes da escola com uma flor de papel crepom e um cartão escrito FELIZ DIA DAS MULHERES com lápis cor-de-rosa. Chegava em casa e saía com meu pai pra comprar um sapato ou outra coisa que minha mãe pudesse gostar. Cresci então com a ideia de que era um dia de alegria, um dia pra eu saber como era legal ser mulher e aquelas moças que morreram carbonizadas na fábrica há muitos anos atrás significavam que eu não precisava mais me preocupar por ser menina, elas tinham sofrido pelas que viriam. Aí no início da vida adulta me deparei com o feminismo. Quando a gente tropeça na pedrinha da consciência, cai, rala o joelho e não quer remédio ardente. A gente quer é uma calçada que preste. Percebi que aquelas mulheres tinham sim um peso importante pra todas as outras que viriam: elas morreram lutando por direitos, e quantas de nós ainda morrem hoje pela falta deles? Quantas de nós morrem nas mãos de companheiros violentos, de abusadores impunes? Por vezes morremos nas nossas próprias mãos, pra ter algum alívio. Um dia em um ano. Um dia em que nos dão rosas, chocolates, presentes, elogiam nossa essência em um comercial de perfume, e esperam que nós fiquemos felizes. Um ano inteiro de padrões, cobranças, mortes, surras, racismo, lesbofobia, bifobia, misoginia, transfobia… Vítimas sendo culpadas, muita homofobia motivada pelo machismo… Um dia pra nos dar flores e nos parabenizar por algo que querem que sejamos.
Dia da Mulher não é um dia de festejar, é um dia pra se apontar a dor. Não se pode desejar ”feliz dia da mulher” pra nós se felicidade é um estado no qual raramente estamos inseridas quanto aos direitos. Não estamos felizes quando nos negam direitos reprodutivos. Não estamos felizes quando nos culpam pelos abusos. Não estamos felizes quando nos cobram corpos que mudam de acordo com a necessidade do capitalismo.  Não estamos felizes quando o tamanho da nossa saia decide se um estranho é culpado ou não por ter nos tocado sem a nossa permissão. Não estamos felizes quando mulheres que amamos são demitidas do emprego quando engravidam. Não estamos felizes quando recebemos nosso holerite. Não estamos felizes com rosas sendo compradas e entregues por mãos que nos tocam no trem lotado. Não estamos felizes com a igreja e o governo decidindo se devemos ou não ter filhos. Não estamos felizes e não vamos ficar só por receber uma rosa no dia 8 de março.
Não estamos felizes quando nossas crianças estão aprendendo na escola que dia da mulher é só pra dar parabéns pra mamãe, por lavar a louça e cuidar do papai. Ou pra dar parabéns pra irmã mais velha, por trabalhar o dia todo com saltos imensos nos pés, mesmo que ela chegue todos os dias em casa reclamando da dor, mas a empresa exige ”elegância.” O calendário te mostra o dia da comemoração, mas não te conta a história e não te atualiza do presente.  Eu estava feliz levando aquela rosa de crepom pra minha mãe por achar que ser mulher era maravilhoso. E até é, mas não nesse mundo. Não hoje.
Por Myka Poulain (arrobagatogenesio), 22 anos, estudante de Ciências Sociais. de São Paulo-SP, ativista dos maus costumes e feminista petulante.
Texto postado originalmente no blog Não MyKahlo.

Nada de comemoração, mas um dia para reafirmar a nossa luta!

Indiretas Feministas.

Caso a maioria ainda não saiba, eu me assumi como feminista no fim de 2012 e desde então, tenho percebido muita coisa que antes, meus olhos tapados pelo forte e rígido sistema patriarcal, não me permitiam enxergar, mesmo que tudo estivessem ali, bem na minha cara.

Então, o básico que aprendi desde então é que o famoso ''dia internacional das mulheres'' (hoje, 08 de março) não é bem um dia para comemorações, flores, faixas, bombons e os superficiais e hipócritas desejos de ''feliz dia das mulheres'' (principalmente, aqueles vindos de gente que produz e reproduz machismo o ano in-tei-ri-nho).  Porque não precisamos da hipocrisia de um sistema que nos oprime, nos silencia, nos estupra (em todos os sentidos impossíveis e inimagináveis) e faz de tudo para pisotear em nossa autoestima, anular nossa existência, fazendo com que nós, mulheres, acreditemos que somos inferiores aos homens, apenas por sermos: Mulheres.

POR FAVOR, NÃO CAIA NESSA CILADA! VOCÊ É IMPORTANTE!

Parabéns, presentinhos, lembrancinhas e sorrisinhos não nos bastam. Mesmo que eles jurem o contrário, não somos tolas. No fundo, sabemos que o 8 de março é mais um dia de luta contra a opressão que as mulheres sofrem desde que o mundo é mundo.

Em resumo, gostaria de dizer que o Feminismo (sim, o movimento mais odiado e não compreendido pela maioria) é a mais forte ferramenta de resistência que nós, mulheres, temos diante de todo esse caos repleto de machismo, racismo, homofobia, transfobia, lesbofobia, gordofobia, bifobia etc em que somos obrigadas a sobreviver todos os malditos dias. 

Porque o Feminismo é sobre sobrevivência. NÃO É O CONTRÁRIO DO MACHISMO. NÃO É SOBRE MULHERES QUERENDO SER MELHORES QUE OS HOMENS. Feminismo é sobre revolução. É sobre luta. Sobre os direitos das mulheres em não se sentirem desconfortáveis em seus próprios corpos.


E não sei vocês lembram, mas ano passado, o blog DEScomplicando montou um especial sobre o 8 de março (clique aqui e confira!), com textos de algumas convidados sobre temas com temática feminina. Mas como mudei minhas concepções e aprendi bastante de lá pra cá, esse ano, pensei fazer algo um pouquinho diferente e maior. (Nossa, que ousada!)

Sendo assim, convidei algumas feministas lindas e companheiras de ativismo da internet (Danny e Wanessa estarão aqui pelo 2º ano consecutivo, olha que lindeza) para escreverem a respeito de tão fatídico dia...

Ok, confesso que não me programei com antecedência, mas pretendo postar dois textos ainda hoje e os outros no decorrer da próxima semana. Todos os textos que serão postados aqui no DEScomplicando têm a sua devida importância e validade, pois nenhuma mulher merece ter seu discurso de luta silenciado. Afinal, infelizmente, isso já é tarefa do patriarcado.

Espero que acompanhem tudo que está por vir! Obrigada pela atenção ;)



{Aniversário da blogueira do DEScomplicando}: Aos 20 e aos poucos.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Bebê Lene com poucos dias de vida. 
Vinte e quatro de fevereiro de dois mil e catorze, segunda-feira (logo uma segunda-feira...), eu completei 20 anos de idade às 12:55. Aaaaahh, a chegada dessas duas décadas de existência me pegaram de jeito. Meses antes, eu já estava com pensamento fixo nisso ''ai meldeus, não terei mais o um na minha idade''. Isso pode parecer bobagem para muitos, outros vão dizer que eu deveria estar SUPER feliz por estar viva e blablabla. Entendo, vocês! Só que não é tão fácil quanto pode parecer...

Eu não estou feliz. Sei que deveria, mas não estou. O corpo parece pesar mais que o normal. Em TODOS os sentidos. Sinto o fardo das responsabilidades da vida. Acho que tenho síndrome de Peter-Pan. Queria voltar/parar o tempo, mas, infelizmente, não posso. Porque envelhecer é complicado e ''aceitar'' isso é mais ainda. O tempo voa e a gente fica nessa paranoia de ser feliz, de alcançar sonhos. É como se tudo virasse uma obrigação. Mas eu ODEIO obrigações. 

Voltando para a ''vibe aniversariante'': No dia seguinte (25), algumas pessoas me perguntaram como eu estava me sentindo e eu só conseguia responder: ''velha!''. Eu vou me mentir pra quê? Para parecer feliz com tudo isso, mesmo sem estar nem um pouquinho feliz? Estou me sentindo velha sim. Isso não é de hoje. Faz tempo que meu corpo e minha mente parecer seguir caminhos opostos diante da minha real existência. Me sinto aos pedaços. Sozinha. Meio que deteriorando por dentro. Mas tento nutrir pensamento positivo. Talvez eu me renove. Talvez eu renasça. Talvez eu volte fênix. Mas não agora. Não hoje. 

Cheguei aos 20 e percebo que, aos poucos, eu estou tentando me (re)colocar nos eixos. Nos MEUS eixos. Tão tortos. Tão meus. Porque eu sou trem descarrilhado. Tenho meus altos e baixos, como todo fucking ser humano. Na maioria das vezes, sei e reconheço que me tranco em meu mundinho, em meu casulo, na (quase) inútil tentativa de me recompor, de mudar de rumo. Não gosto que me cobrem o que não consigo ser naquele instante. Eu apenas sou. Estou ficando velha e cada vez mais louca. Paciência. 

E agora, uma ultra-especial seleção de fotos da minha infância: 

Mamãe e euzinha.
Nos braços de mamãe.
Aos 5 meses.

Já fui meiga e fofa... Ênfase no FUI.
Primeiro dia na escolinha e sim, eu tinha uma lancheira da Xuxa.

Mini diva.

Abusada desde os primórdios.
Vovô, Mamãe, Vovó e euzinha.

No dia 24 em si, senti uma baita falta das mensagens de algumas pessoas... A gente se ilude além da conta.

Coisas para fazer em 2014, antes de ver o ano começar e acabar...

sábado, 14 de dezembro de 2013



Ah, esse clima (bom) de final de ano...

Por mais brega que possa parecer, a sensação de renovação é (meio que) inevitável. Ficamos com uma coceirinha no peito, que parece gritar ''Calma, menina! Ano que vem vai dar tudo certo''. Óbvio que
isso até pode ser uma completa ilusão, mas seguimos acreditando nela, porque o que não é a vida, se não o eterno acreditar em ilusões?

Pensando nisso, fiquei com uma baita de vontade de fazer uma lista de coisas (pode chamar de promessas, se quiser), que eu quero, REALMENTE, cumprir em 2014. Claro, tenho a consciência de que não sou muito boa em cumprir metas... Tenho a plena consciência do meu terrível defeito de ''deixar tudo para depois''. Mas o certo é que não devemos nos confiar no amanhã, porque o amanhã pode não acontecer. Assim, eu não quero deixar de fazer algo, que precisava fazer, por conta que deixei para depois, né?

Vamos à lista:
  1. Cumprir essa lista;
  2. Não me cobrar tanto;
  3. Ser mais independente;
  4. Ser menos preguiçosa;
  5. Ser (muito mais) poesia;
  6. Escrever TODOS os dias;
  7. Me ''arriscar'' mais no amor;
  8. Estagiar na área do jornalismo;
  9. Aprender a fazer layout para o blog;
  10. Atualizar o blog com maior frequência;
  11. Aprender mais com e sobre o feminismo;
  12. Transformar o DEScomplicando em .com.br;
  13. Nutriz práticas para uma vida (mais) saudável;
  14. Conservar as ''velhas'' e maravilhosas amizades;
  15. Trabalhar mais no projeto do meu primeiro livro;
  16. Ser voluntária em uma ONG de proteção animal;
  17. Parar de me importar tanto com ''o que os outros vão pensar'';
  18. Conhecer novas pessoas, novos ares, fazer amigos de verdade;
  19. Ir ao meu primeiro show da banda Pitty (porque eles vão voltar);
  20. Virar vegetariana para valer e que isso seja por mais de uma semana;
  21. Menos consumo para acalentar a solidão e mais amor para acalmar o coração;
  22. Passar e cursar inglês na Casa de Cultura Britânica, da Universidade Federal do Ceará;
  23. Ler todos os livros da minha estante, ou, pelo menos, metade deles, antes de comprar outros;
  24. Não esperar tanto das pessoas, para não acabar me frustando (mais ainda) com a humanidade;
  25. Não odiar tanto os números ímpares e ficar menos preocupada com a simetria das coisas;



Sobre liberdade e censura.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

A liberdade é subversiva. Incomoda, mesmo sem querer. A liberdade, ao pé da letra, é revolucionária. E procuramos seguir na luta pela liberdade de expressão, de opinião, de acreditar ou não acreditar, de andar na rua como bem quiser... Liberdade para viver sem medo.

Mas é bom não confundir liberdade com falta de respeito. Porque como já dizia o saber popular: A minha liberdade termina, onde começa a do outro. Porque a liberdade é também ter certas noções de limite ou viveríamos uma confusão maior do que o normal. Afinal, a liberdade é como poesia. Não aprendemos, mas a construímos. A liberdade é um sonho, do qual acordamos sorrindo.

Já a censura... Ah, ela se impõe como dona do jogo. A censura é opressora, controla pensamentos e vidas. É autoritária e uma afronta aos direitos individuais e coletivos. A censura não pergunta e já chega chutando a porta. A censura não quer saber se proíbe o que não deve ser proibido. A censura esconde e coloca máscara na verdade nua e crua. Por isso, liberte-se da censura. Não seja mais um oprimido calado, nem um opressor incontrolável... Você é capaz de fazer a diferença. 



Quando o errado é aplaudido.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013


Olá, mundo

Preciso te falar poucas e boas. Não tão boas assim, quem sabe. Preciso arrancar do peito essa dor estagnada e pungente, que não me deixa em paz. Preciso parar de ser tão sensível e me transformar num cubo de gelo, que só faz derreter com a tensão ambiente. Preciso me mascarar também, até virar mais uma na multidão. Preciso não ser mais coerente, nem devo tentar fazer sentido, muito menos a diferença. Preciso me reduzir ao pó.

Preciso dar um tempo disso tudo. Talvez até tirar uns dias no paraíso ou em um lugar bem longe daqui. Talvez até perder a memória, só para esquecer todo esse mar de decepção e outros sentimentos que não conseguiria sequer expressar em poucas palavras. Preciso gritar e chorar, até não sobrar uma lágrima para contar mais uma  história. Preciso de toda a força possível e agora só tenho essa ânsia por desaparecer, sem nenhum um adeus, até logo ou te vejo em breve.

Eu preciso tanto, que não preciso de mais nada. Porque eu não aguentarei. Eu não vou seguir nessa farsa e continuar na obrigação de ter que viver em um mundo, onde o que certo é recriminado e o errado, aplaudido.

Desculpa, mas eu não estou aqui para compactuar com a tua sujeira descarada e repugnante. Se os outros abaixam a cabeça e silenciam seus gritos de indignação, só digo que não conte comigo para isso. Não espere meu voto de aprovação ou meu apoio. Eu não estou disposta a ver a mentira vencer e a verdade ficar como vilã. Não é querendo me fazer de vítima, mas eu não deixarei ninguém me fazer de palhaça.

Desculpa, mas eu tenho tanta coisa engasgada, que o nó na garganta só cresce mais e mais. Você nem vai querer ouvir, mas acho que vou explodir. Agora não há mais nada. Só um infinito vazio, que não cansa de expandir-se. E apesar de tudo que há de horrível em ti, o problema parece que sou eu. Eu que não encaixo. Eu que não participo da corja dos que enganam e sorriem. 

Desculpa e talvez, quem sabe qualquer dia ou na próxima reencarnação, eu não venha do jeito que você espera, não é?

Atenciosamente,

Aquela peça que veio com defeito. 

Feminismo NÃO é falta de amor.

domingo, 27 de outubro de 2013




No final de uma semana qualquer do mês de agosto (está bem, confesso que não lembro mais qual semana), inventei de logar no facebook de manhã cedinho e teria sido melhor não ter feito isso, porque acabei me aborrecendo, pois logo dei de cara com uma imagem ridícula num portal (mas que foi postada, originalmente, em outro local, que ainda não sei qual e quem souber, por favor, avise).

Então, para não fazer apologia ao conteúdo non sense da dita cuja, melhor nem escancará-la no meu blog, mas pra vocês se situarem melhor, é essa imagem aqui... Quando vi isso, minha vontade foi de sair gritando de raiva, pois fico imaginando: Como podem distorcer tanto um movimento legítimo como o feminismo? É puro recalque, por não querer que mulher nenhuma seja livre ao ponto de pensar por si própria, ao invés de seguir o temido livro de regras do patriarcado? Será que é tão difícil de entender que feminismo não é falta de amor? Que feminismo não é vilão, muito menos, o contrário do machismo? Pelo contrário, pois feministas são tão repletas de amor, que dedicam suas vidas em prol do bem pessoal e, principalmente, alheio.

Feministas são por quem está sendo oprimidx, por quem está sofrendo, por quem está no choro mais silenciado do mundo e sente-se só, sem nenhum apoio, sem nenhum ombro amigo. Mas as pessoas precisam entender que o feminismo não é o problema, mas a solução, ou, pelo menos, uma maneira de tentar amenizar toda a dor causada pelo machismo.

Sinceramente, fico confusa com essa gente que prefere ficar na ignorância ou invés de ir procurar se informar sobre o que tanto ama criticar. Talvez seja por medo de acabar descobrindo que tudo que jurou ser o certo e/ou a maravilhosa verdade absoluta, não passa de um grande circo. Porque julgar sem, nem ao menos, saber direito o que está, realmente, julgando é uma tremenda burrice.  Pior ainda é ser levadx pela onda, ser mais uma ovelhinha do rebanho e criticar só pra não ficar de fora da ~zuera~. Gente, pode não parecer, mas ATÉ a famosa ~zuera~ tem que ter limites ou a coisa toda vai ficar, completamente, fora de controle (se é que já não está).

Que a Rede Globo é formadora de opinião, disso ninguém tem dúvidas (infelizmente). O problema está na qualidade desse tipo de opinião que é formada. Ao me deparar com comentários sobre a imagem machista em questão, quase chorei sangue lendo coisas assombrosas, que fazem qualquer um, com um pouco de bom senso, pensar: ‘’Será que ainda vale a pena lutar por um mundo menos nojento, onde mulheres são, constantemente, massacradas pelo simples fato de serem mulheres?’’ Sempre vale, mas tem horas que a gente fica desacreditada por conta do fluxo intenso de energia negativa que paira no ar de quem tem pensamento que vai numa linha, completamente, contrária ao senso comum.

E sempre vale lembrar que uma revolução feminista é, acima de tudo, uma revolução humana, pois almeja libertar os seres humanos dos horrendos porões da ignorância. 

Feminismo NÃO é falta de amor... Feminismo é AMOR! 


Pagando de modelo - Editorial Anos 80.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013


No final de setembro, fui convidada por uma galerinha bacana da turma do 4º semestre (manhã) de Publicidade da minha faculdade, para ser a modelo de um ensaio fotográfico sobre os anos 80. E claro que aceitei o convite de cara, né? Foi uma honra ser escolhida para contribuir para tal trabalho de Fotopublicidade.

Fotografamos na quinta (26) e NOSSA, eu estava tão nervosa... Nervosa como sempre fico quando vou fazer algo que foge à minha rotina. A manhã começou cedíssimo. E posso revelar que no dia anterior, eu até deixei de assistir a reprise no Multishow do show do Bruce Springsteen no Rock In Rio, só para ir dormir cedo. Porque sou uma pseudo modelo responsável, né!

Então, no dia de fotografar eu recebi tratamento de uma verdadeira diva, sem contar que a equipe teve uma paciência incrível como essa total amadora aqui e isso não tem preço. O Miro levou um profissional maravilhoso, que operou um milagre em mim, através de uma maquiagem que conseguiu até me deixar mais mulherão e tirar (um pouquinho) desse meu ar de menininha levada da breca. E eu nunca tinha me maquiado daquele jeito, porque o máximo que sou acostumada a usar é só um batom e olhe lá.

A produção durou uma hora, eu acho. O Delano ainda deu uma ajeitada no meu cabelo. Estava me sentindo uma atriz da Globo. (Risos). Não é a toa que recebi (e ainda recebo) elogios por causas dessas fotos. Até me perguntaram se eu já não tinha pensado em ser modelo... CALMA, GENTE! Uma coisa de cada vez, por favor!

O que posso dizer com total convicção é que tamanha experiência foi, simplesmente, incrível. Eu amei tudo e essa manhã de fotos e flash's ficará marcada para sempre em memória. Obrigada à todos os envolvidos.

Confiram o catálogo, que foi apresentado pela equipe em sala de aula: 















Confira também o making off do ensaio:



E um pouco dos bastidores: 

Só na pose.
Retocando a maquiagem.
Uma arrumadinha básica no cabelão durante o ensaio.
Pós- ensaio.
Sorrindo para os ~fãs~


Delano e Miro, esses lyndos.


Observações: Vestido, meias, sapatos, pulseiras coloridas e o short utilizado no ensaio, fazem parte do meu guarda-roupa pessoal e foram tantas fotos de bastidor e oficias, para vocês terem noção, que ainda nem estou com todas. (EITA!) Espero que tenham gostado do post, como eu gostei de contar essa minha primeira experiência com editorial de moda para vocês. Beijos e até!



Você quer ficar fora do jogo?

sábado, 28 de setembro de 2013



Existir é competir e disso não dá para fugir. Existimos porque competimos e competimos porque existimos. Simples assim. Afinal, é de comum acordo que o sistema impõe a lógica de que só sobrevive quem participa do jogo ''tenho que ser melhor do que você'', mesmo que seja contra a sua vontade. Só sobrevive quem faz de tudo e qualquer coisa, um motivo para competição.

Mas alguém se esqueceu de um ''pequeno'' detalhe: Não há curso preparatório para as competições de todos os ''santos'' dias. Competimos como se nos atirássemos num abismo, como se quiséssemos voar, mesmo sabendo que não temos asas. Competimos como ursos que tentam arrancar pirulitos das mãos de pobres crianças. Competimos como seres desajeitados que somos e queremos fazer mais (muito mais) do que, realmente, estamos aptos para suportar.

A lógica da competição está mais incrustada na nossa vida, do que somos capazes de perceber. É como se nós trilhássemos uma espécie de corrida maluca, onde em cada curva, esperássemos, ansiosamente, pelo tropeço do outro, para que só então, o nosso sucesso se tornasse mais palpável. Coisa mais sem noção, não? Sim, totalmente. Mas esconder ou mascarar o que de fato acontece, é como mascarar a si mesmo. É difícil mesmo escancarar a podridão que há dentro da gente, mas isso é mais do que necessário, para que a gente não acabe virando um bando de fantoches de qualquer espetáculo imundo.

Não adianta mentir para si mesmo, e achar que competição é nojeira que só os outros fazem. O ser humano é, em sua essência, nojento sim. Qual o problema falar disso? E por que não ser nojento e consciente? A nojeira não sai com água e sabão, mas não ser hipócrita já é meio caminho andado.

Tem quem entre numa competição só para gargalhar dos erros alheios. Não sou dessas, nem tenho pretensão de ser. Sou mil vezes competir para exercer o meu crescimento pessoal e de, alguma forma, contribuir para com as outras pessoas. Lógico, sambar na cara de quem duvidou da sua capacidade também é muito prazeroso. Mas acima de qualquer prazer sádico ou coisa do tipo, está a nossa satisfação, que ninguém nos tira. Aquela sensação, que parece mínima, mas que faz a porra toda valer a pena.

Porque eu quero estar no jogo. Fodam-se os adversários e nenhum irá me intimidar. Vou usar e abusar de todas as estratégias possíveis e inimagináveis. Não vou deixar ninguém me colocar para escanteio. Estou pouco me lixando para quem tira suas conclusões precipitadas. E sem competição, nada disso teria a menor graça. 


Eu também sou humana, porra!

terça-feira, 3 de setembro de 2013


''Você não faz o tipo que se ferra''. Aquela frase foi como uma facada no peito. Foi então que eu percebi que as pessoas ao meu redor adoram criar uma imagem deturpada e até mesmo exagerada ao meu respeito.

GENTE, eu sou humana que nem vocês, por mais incrível que isso pareça. Mas eu sou humana sim! Não tenho certificado autenticado pelo DHP (Departamento de Humanos Puros), mas acho que tal burocracia não é necessária neste caso.

Quando alguém aparenta surpresa ao perceber que também posso errar e errar feio, fico em choque. Eu sei que meu histórico na vida real e, principalmente, na trajetória escolar (agora acadêmica) cravou uma visão de ser perfeito na mente alheia, mas eu não sou perfeita, até porque ninguém é. E confesso que dizer isso dói. É uma dor pessoal e que me dilacera por dentro, mas tenho que lidar com a verdade. Uma verdade que grita e parece que só eu a escuto. Sim, eu sou sujeita a falhas, assim como qualquer outro integrante da raça humana. E pode ter certeza: Você vai conseguir sobreviver após descobrir tamanho ''segredo''.

Tenho consciência da cobrança que cai em meus ombros e que, por vezes e por pouco, quase que me derruba. Mas cansei dessa cobrança ser maior do que, realmente, posso aguentar. Eu sou forte, mas, infelizmente, não sou o Incrível Hulk numa versão branquela, blogueira e feminista.

Incrível Hulk FEMINISTA, 3bjs.
E digo mais, o ''A Hora de Virar Borboleta'' que encabeça o primeiro texto do blog e que também está presente na url do mesmo, parece que nunca fez tanto sentido quanto agora. Afinal, estou, aos pouquinhos, saindo do meu casulo e buscando um lugar ao sol. E gostaria que as pessoas ao meu redor não se ''assustassem'' com a minha metamorfose. É com se eu estivesse me despindo da casca de menininha certinha, quietinha, que não faz nem fala nada e me transformando numa mulher, que comenta besteira, fala putaria e que não tem ou que, pelo menos, tenta não ter vergonha de si própria. Grata.

Observação: O DHP (Departamento de Humanos Puros), citado no texto acima, NÃO EXISTE, (risos). Foi só mais uma louca invenção da minha cabeça mais louca ainda. 










Pra desatar ou emaranhar de vez.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Daqui.

Você quer falar. Gritar. Ou até cantar uma música. Mas ninguém parece estar pronto ou disposto para te ouvir. É como se ninguém se importasse (...). Talvez seja isso, talvez não. Nem eu sei mais. Ou nunca soube. Ou nunca saberei. O que sei e sinto é essa enorme sensação de estar vivendo uma grande farsa. Todos nós estamos juntos nessa. Ou vai dizer que não? Vai fingir também que não me ouviu?

Amizade parece ter virado sinônimo pra fingimento e refletir sobre isso me causa ânsia de vômito, pois, a cada dia que passa, é como se essa terrível verdade se aproximasse cada vez mais dessa minha realidade encarada como conto de fadas, com direito a mocinha, bichão papão e lobos malvados. Tudo assim mesmo. Deturpado.

(...) Sou dessa gente confusa, cheia de dúvidas e receios, que tenta escrever pra pôr pra fora o que tiver de pôr, mas que acaba dando mais nós nessa tal de existência do que os que já são de costume (...).

E hoje eu só queria deitar a cabeça cansada no travesseiro - quase nunca confortável - e conseguir dormir um sono leve, tranquilo, pra amanhã acordar com certezas firmadas sobre tudo, todos e o que há aqui dentro, é claro. Sei que isso é bem improvável e só o que me resta é parafrasear Rosana Hermann: Se hoje quero comer o mundo, logo quero cuspi-lo (...). E assim a coisa segue sem nenhum controle. 










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