No Universo da Crônica: Amélia Nunca Mais.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012





Posso não ser uma defensora de carteirinha dos direitos das mulheres como gostaria, mas minhas opiniões quanto a isso são pautadas em questões feministas mais do que sérias e que merecem um maior destaque na grande mídia.

Não suporto machismo, por menor que ele possa aparecer aos olhos de quem não entende o que é repressão. Machismo só pode ser coisa de homem de pinto pequeno, que no fundo tem medo de mulher e não se garante em seus relacionamentos com o sexo aposto. Entendi, um pouco melhor, tudo que envolve esse processo de conhecimento humano, ao descobrir seu trabalho e ouvir tudo que o autor Ricardo Kelmer, homem feminista declarado (ainda bem), disse em sua palestra na FaC. Percebi que se pode sim ser homem e ao mesmo tempo ter um fascínio incondicional pelo ser feminino, percebendo-o como expressão máxima da criação. Porque ser ‘macho’ e balançar algo entre as pernas, não te dá o direito de agir como um ditador mal resolvido e achar que quem não tem esse ‘algo’, merece ser sua escrava. Não sabia que a coroa do rei tinha mudado de cabeça.

Está bem, falar assim de homem aparenta radicalismo, mas se não for pra ser direta, de que vale a luta? De que vale o suor derramado e as idas à delegacia da mulher pra denunciar machão agressor? Não existe revolução sem confronto, seja ele no campo das ideias ou corpo a corpo. O importante é que se for pra cair, que seja com glória e a sensação de dever cumprido. Afinal, em uma revolução como essa, não existem grupos vencedores ou perdedores, apenas a consagração de um bem muito maior que todos nós: o direito de ser livre, de fazer o que bem quiser, sem ter que dar satisfação à namorado, marido ou um qualquer.



E nesse caminho de luta, é claro que aparecem os incrédulos em relação ao movimento feminista. Contestam nossas questões e as transformam em piada, em história pra boi dormir. São esses os que mais propagam o termo ‘feminazi’. Não sabe o que é? Eu explico. Feminazi é a terminologia usada para comparar com nazistas às feministas mais radicais. Aquelas que, por exemplo: são à favor do aborto em qualquer circunstância, que veem o casamento como instituição social de aprisionamento e que muitos acreditam que desejam a eliminação de todos os homens da face da Terra. Mas isso, principalmente, ninguém pode afirmar ou trazer à tona apenas para enfraquecer o movimento. O Feminismo não prega extermínio de pessoas, mas a eliminação do machismo, porque esse sim é que oprime e mata milhões todo dia, enquanto a maioria finge não ver.

Evidente é que, apesar desses inúmeros pontos negativos pelo qual o Feminismo existe e insiste, não podemos nem vamos negar tudo o que já foi conquistado. A luta não começou ontem, nem surtiu efeito em poucos dias. O processo é árduo e cansativo. Mas já conseguimos muito. Levantamos a bandeira da liberdade e entoamos o nosso mais fervoroso canto pela NÃO VIOLÊNCIA À MULHER! Fomos ouvidas e até por vezes aclamadas, aplaudidas. Reconheceram o nosso esforço. Fizemos o nosso espaço e vamos fazê-lo ainda mais.



Graças às nossas antepassadas, heroínas incansáveis, é que hoje podemos voar mais alto e alcançar o céu. É pela luta delas e de muitas outras, que foram as ruas com cara e a coragem, que nós podemos votar, que podemos trabalhar em empregos antes dominados por uma maioria masculina esmagadora, que podemos ser presidentes de nações e tudo mais que quisermos.

Então, mulher do mundo moderno, valorize as que enfrentaram tudo e todos para que você tivesse uma vida boa. Não desmereça a revolução. Não sonhe em ser mais uma ‘Amélia’ a esquentar a barriga no fogão e esfriar na pia. Sonhe em ser uma mulher de VERDADE (em letras garrafais assim mesmo), daquelas que não abaixam a cabeça em hipótese alguma e que não repetem feito robô ‘Sim, senhor!’ e ‘Não, senhor!’.


Esclarecimentos: Fiz essa crônica para um trabalho de Língua Portuguesa II que ocorreu hoje e que você pode ver como foi um pouco da apresentação aqui. O tema principal era ''Crônica'', mas revolver contextualizá-lo ao universo feminino. Foi lindo. Adorei escrever esse texto e vou a-do-rar mais ainda se você deixar o seu comentário. Obrigada e beijos! 

UPDATE: Fechamos a apresentação com essa música



''Nem toda feiticeira é corcunda,
Nem toda brasileira é bunda.
O peito não é de silicone,
Sou mais macho que muito homem'' (8)










7 comentários:

  1. caramba esse seu texto me comoveu, de fato o movimento feminista é muito mal visto, a mídia retrata como mulheres loucas que querem acabar com todos os homens e coisas do gênero, o que só deixa nossa nação mais alienada. Ainda estou esperando o dia em que todos seremos iguais, mas como, se desde crianças nos contam as historias de princesas aprisionadas em torres e príncipes vindo salvá-las? Detalhe, ainda nessa lógica, se a mulher se opuser ao príncipe, ela é má, é uma bruxa. Pois é, desde crianças estão colocando essas coisas em nossa mente. Enfim, incrivel texto Herlene, ta de parabéns ;)

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  2. Adoreei, realmente, essas questões são muito comuns na sociedade. As típicas Amélias contemporâneas, conheço várias. Aquelas que deixam de fazer as coisas por que o ''namorado'' nao deixa. Aquelas que se humilham , por que nao se valorizam. Todos os dias vejo isso cada vez mais constante. E apesar de nao concordar com algumas atitudes de feministas extremistas, nao concordo com a atitude de Amélia contemporânea! Tudo há um equilíbrio. É possível sim ser mulher, compreensiva e mesmo assim, ter atitude e manter respeito, ter metas , planos, trabalho...vida. Ser um ser humano igual ao sexo oposto nas oportunidades e potencialidades.

    Equilíbrio é sempre a melhor saída.

    Abraços.

    www.spiderwebs.com.br

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  3. Tu sabes que amei o texto e que me identifico pacas com o que tu escreveste. Assim como essa música, que amo.
    Feministas, uni-vos!

    Apenas irei deixar uma citação DIVA que resume tudo sobre:
    “Mas é claro, pode ser que você esteja se perguntando: ‘Será que eu sou feminista’? Talvez não seja. Eu não sei! Até hoje, não sei o que é isso! Sou ocupada e confusa demais para conseguir entender. Aquela cortina realmente ainda não está pendurada! Não tenho tempo de parar para entender se sou à favor da liberação feminina! Parece envolver muita coisa. O QUE ISSO SIGNIFICA?’.

    Eu compreendo.

    Então, eis uma maneira rápida de ver se você é feminista ou não. Enfie a mão na calcinha.

    a) Você tem vagina?

    b) Quer ser dona dela?

    Se respondeu ‘sim’ às duas perguntas, então, parabéns! Você é feminista.”

    - Como Ser Mulher. MORAN, Caitlin.

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  4. Parabéns! Admiro e apoio a luta das mulheres, desde o início até agora. Se não fossem pelas primeiras, as que tiveram coragem para começar, nenhuma vitória existiria.

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  5. Nunca me considerei realmente feminista. Sempre fui daquelas que pensavam que, a fim dos direitos IGUAIS, nem feminismo nem machismo deveriam existir. Me entende?
    Mas de um tempo pra cá, convivendo com algumas pessoas realmente machistas (inclusive mulheres), fui mudando de opinião. Temos SIM que lutar pelos nossos direitos e não aceitarmos quietamente a forma com que o mundo nos trata.

    Seu texto é perfeito e me ajudou muito. Parabéns!
    Beijos!
    http://entaoqsd.blogspot.com.br/

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  6. Muito bom, adorei isso *-*
    http://1mundoteen.blogspot.com.br/

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