Minha insistente assombração.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Pensei que você já era carta fora do baralho. Pensei ter te esquecido de vez, mas, pelo visto, foram só suposições enfurecidas, porque você é praga que grudou em mim. Você é aquela insistente assombração, que insiste em me fazer mal, como o mal que faz um tornado quando arrasta uma casa, uma família e algumas doses de vida. Você cerca os meus mais tristes sonhos. E eu odeio saber que ainda gosto de você e não sei por quê.

Você está guardado num canto escuro, empoeirado, abandonado, mas que vez por outra, faço à louca e vou lá te revirar só pra ver no que vai dar. E reviro e reviro mais fundo e isso dói, como doeu da primeira vez que você arrancou um pedaço enorme do meu coração. Mandei você embora, de mala e cuia  sem querer notícias, porque eu sempre soube que nada daria certo entre a gente. Isso nunca vai dar certo, nem que a teimosia fale mais alto.

Sou dessas que não encaixa em ninguém. Nasci pra ficar do lado errado, onde tudo é solidão. Sei que não foi culpa sua (ou até foi e só estou fazendo a humildade), mas você não teve cuidado, e, nem muito menos, se preocupou com o estrago que iria fazer ao me deixar apaixonada daquele jeito tão arrebatador.

Mas vê se larga de mim. Vê se some (de verdade) dos meus pensamentos. Já te deixei livre pra ir, então vai e não olha pra trás. Eu quero ter forças e conseguir abrir passagem para novos moradores, para quem saiba aproveitar melhor a morada, sem derrubar nem espalhar nenhum caco de vidro pelo chão. 










4 comentários:

  1. Sei bem como é se sentir presa a alguém assim, um fantasma que insiste em voltar para sua mente, mas garanto, como o maior clichê que todos conhecem: O tempo cura. Muito tempo, pouco tempo, não importa... vai passar ;)

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  2. Que lindo, devemos sempre limpar os porões do nosso coração, porque se adiarmos isso acaba criando fantasmas...
    beijos

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  3. Nossa, bem legal esse texto, mas entendo o quanto ruim é se sentir, "desencaixada" e sozinha, e bem triste e parece não ter solução, o que é mais desolante, mas um dia a gente esquece, e ai surge outro príncipe (meio sapo), para preencher a lacuna deixada!

    Beijos, INconvencional!

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  4. É assim mesmo, chega a doer pensar que um dia essa praga vai embora de vez, porque de vez em quando, é até gostoso esse sentimento revoltado, remexer no passado, rir a toa, mas dói. Eu sei que dói...mas passa... quando as coisas são bonitas, elas vão parando de doer devagarzinho e vão dando lugar a uma nostalgia gostosa, saudade leve, e aí, quando você menos perceber... parou de doer, virou lembrança bonita pra album de recordações.

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