Only her, she always.

Aquele é mais um dos momentos em que ela não sabe o que fazer. Ela não sabe se ri. Não sabe se chora. Só não consegue dormir. O sono é usado por ela, como válvula de escape para fugas repentinas e desesperadas. Fugas da realidade angustiante que a rodeia. Ela se vê aprisionada em seu próprio mundinho de papel, que com qualquer abalo, é capaz de despencar. 

Ela é leve como uma rocha e pesada como uma pena. Ela é metade copo cheio, metade copo vazio. Ela é água derramada. Ela é agridoce. Ela pouco ou muito, depende da circunstância. Ela é presença de palco. É também sorriso meio de lado. Abraço um tanto quanto sem jeito. Penteado desfeito. 

Pode ter a certeza, que quando ela ficar por muito tempo, parada e calada ao seu lado, é ai que mais precisa conversar. Sem julgamentos, sem lições de moral desconexas. Apenas ouça o que ela tem para falar. É muito coisa, é melhor sentar no chão da sala. Lá vem história pra bem mais de uma hora. 

Ela sozinha, olha por entre a cortina. Não vê uma linha. A cabeça não para. Ideias borbulham em sua mente a todo instante. Sem tempo para descanso. Nada de cochilar, nem mesmo nos braços de Morfeu, ela pode repousar. Seu desejo é conseguir eternamente sonhar, sem ser interrompida por acontecimentos inesperados.

Ela é o passado que já viveu... O presente que ainda insiste e futuro que quase desiste. Ela é da Era dos Dinossauros, mas que por algum erro de cálculo, foi esquecida na Revolução Industrial. Ela é tecnologia? Avanço? Ela é a busca pela constante evolução, que fracassa no primeiro degrau. Ela é encontro com a criação de pensamentos. É renovação de conceitos arrebatadores. 

Ela é sem nome definido ou especificado. É o reflexo de um lago abandonado.